Depois de 9 anos do lançamento de Batman: Arkham Knight, que encerrou a tão elogiada trilogia Arkham e mudou a indústria de jogos de heróis, Esquadrão Suicida: Mate a Liga Da Justiça retorna para esse universo, dando continuidade à visão dos antagonistas desse mundo. Com um desenvolvimento conturbado, com adiamentos e bugs, o game dá fim ao hiato de 9 anos da Rocksteady Studios na produção de jogos do universo da DC.

Como o próprio título já deixa bem explícito, somos colocados na pele de um dos integrantes do Esquadrão Suicida ou Força Tarefa X, grupo formado pelos vilões Pistoleiro, Arlequina, Capitão Bumerangue e Tubarão-Rei, que são recrutados à força por Amanda Waller para impedir a invasão alienígena de Brainiac, que tem a cidade de Metropolis e a Liga da Justiça em seu poder, deixando a salvação do planeta nas mãos do desajustado grupo de anti-heróis.

A história

O jogo começa com um tutorial onde jogamos com todos os 4 membros do Esquadrão para conhecermos cada um deles e seu estilo de jogo. No final do tutorial, voltamos 7 dias na história, onde vemos Amanda Waller recrutando-os no Asilo Arkham e os lançando em Metrópolis, já invadida por Brainiac e seus mutantes. Enquanto a humanidade tenta revidar a invasão da forma que pode, já que seus heróis foram corrompidos, não é contada a origem da invasão.

Diferente da Trilogia Arkham, que foca bastante na narrativa e faz o jogador se sentir na pele do Homem-Morcego com seu tom mais sombrio e sério, Esquadrão Suicida tem um tom cômico, bem mais colorido e frenético. Como em toda história clássica do Esquadrão, vemos o desenvolvimento do grupo como um todo, presos na cidade com bombas implantadas na cabeça, tendo que lutar e cumprir os mais loucos objetivos, enquanto nos fortalecemos para enfrentar os heróis corrompidos controlados por Brainiac.

Quase toda a história é contada nas cutscenes, tendo em sua maioria missões bem parecidas e repetitivas, o que pode causar uma sensação de tédio. Essa falta de linearidade é um dos pontos negativos do game. Apesar disso, a relação dos personagens é bem construída, com cada um deles tendo uma personalidade única que funciona muito bem em conjunto. Temos personagens cativantes que fazem o jogador ter afinidade com eles, como Bumerangue e Tubarão-Rei, cuja relação de amizade é construída ao longo da gameplay. No entanto, as missões repetitivas desperdiçam uma ótima oportunidade para construir mais relações entre os membros e prender o jogador.

A trama não é ruim, pelo contrário, é uma ótima trama do Esquadrão Suicida, mesmo não passando 100% da sensação de estarmos jogando uma HQ do grupo. porém, tem seus problemas.

Como o nome do jogo já deixa claro, matamos A Liga da Justiça. Diferente de muita gente, eu não achei esse fato ruim ou incoerente. O grupo se prepara para cada super, tendo missões que fazem o jogador buscar artefatos ou meios de vencer os heróis, dando um pouco de sentido em enfrentar o grupo mais forte de heróis do mundo.

Suas batalhas contra os membros são muito divertidas e são um dos pontos altos do jogo, mesmo sendo repetitivas em gameplay. O fato de matarmos os heróis irritou muito a comunidade de fãs, principalmente os fãs da série Arkham, mas, na minha opinião, acho que foi algo legal e que fecha bem com a história.

A trama, além de contar com uma gama de personagens conhecidos, torna possível um multiverso e termina com um final em aberto para ser completada através de temporadas que ainda serão lançadas de forma gratuita, trazendo novos personagens jogáveis e possivelmente o retorno de muitos heróis que faleceram nesse jogo.

Jogabilidade

Sendo um looter shooter em terceira pessoa, temos um mundo aberto onde transitamos de objetivo para objetivo. Ao cumpri-los, recebemos recompensas que variam entre armas e equipamentos, também recebemos pontos de talento ao subir de nível, o qual trocamos em uma árvore de habilidades para fortalecer cada um dos personagens.

A gameplay é muito frenética e com uma HUD bem poluída, com muita informação na tela como dano, escudo e munição, o que pode ser um completo caos.

Enfrentamos vários tipos de inimigos, porém a inteligência artificial deles é péssima, em sua maioria apenas vão na sua direção para tentar te matar ou sobem em prédios para se protegerem com um escudo, deixando o combate básico de um looter shooter mais repetitivo ainda.

Mesmo trocando de personagem, investindo em pontos de talentos e armas diferentes entre eles, eles se parecem muito em gameplay, não se sente diferença entre jogar com a Arlequina ou com o Tubarão-Rei, mudando apenas algumas animações, a forma de se locomoverem no mapa e, claro, o tamanho e vestimenta dos personagens.

Nas missões principais do jogo, mesmo sendo muito parecidas entre elas, ainda têm um pouco de coerência, mesmo sendo repetitivas. Já as side-quests são idênticas em sua maioria, mudando apenas o ponto do mapa onde ocorrem ou algumas restrições de uso de equipamento ou ataques.

Tem momentos em que é preciso fazer uma side-quest para continuar avançando na história, o que pode desanimar devido à fórmula repetida das missões secundárias, além disso, contamos com desafios e troféus do Charada espalhados por Metropolis, que são muito divertidos de serem feitos.

O jogo é 100% online, mesmo para quem for jogar solo, porém, mesmo sendo cooperativo para 4 jogadores, traz a sensação de que é melhor jogar sozinho com bots, pois não funciona muito bem em cooperação.

Ambientação

Temos uma Metropolis com um estilo bem diferente da sombria Gotham da saga Arkham.

Temos uma cidade bem iluminada e colorida, com bastante verticalidade e design interessante, porém muito monótona, e recheada dos mesmos inimigos, que não desperta a sensação de querer explorar a cidade, mesmo com muitos pontos conhecidos e queridos dos fãs por ela, como a torre Luthor e o Planeta Diário.

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça

Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça é um jogo divertido inserido em um universo muito consolidado e amado da DC. Peca na sua fórmula de missões secundárias e no estilo de jogo dos 4 membros, além de apresentar um mundo vazio e monótono, deixando muito a desejar, mesmo com sua boa trama e dublagem incrível. Espero que ele melhore com o lançamento das próximas temporadas.

6
  • História
  • Dublagem
  • Direção de arte
  • Multiverso Arkham
  • Mundo vazio
  • Missões secundárias repetitivas
  • Inteligência artificial dos inimigos