Jogo disponibilizado pela Techland

Dying Light 2 teve um lançamento um pouco complicado, principalmente nos PCs, já que veio quase injogável por conta da péssima otimização. Mesmo os jogadores que não tiveram tantos problemas com quedas de FPS ainda acharam o jogo inferior ao primeiro.

Já passou um bom tempo desde o seu lançamento, e o jogo recebeu diversas atualizações que adicionaram não só mais conteúdo, como também corrigiram vários bugs e melhoraram as quedas de quadro nos PCs. E após tantas mudanças, a pergunta que fica é: Vale a pena adquirir o jogo hoje em dia? Para responder a essa pergunta, a equipe da Techland foi muito gentil em nos enviar o jogo e possibilitar esta análise.

Início da Campanha

Para começar, a história se inicia anos após o final do primeiro jogo. A humanidade, graças aos esforços do protagonista do primeiro jogo, Kyle Crane, foi capaz de desenvolver uma cura para o Vírus Harran, responsável por transformar os habitantes da cidade em infectados.

Porém, uma nova variante do vírus acabou surgindo, bem mais letal e contagiante em comparação ao primeiro. Bastou pouco tempo para a sociedade como conhecemos ruir, e os infectados tomarem conta de tudo, restando apenas alguns poucos humanos vivendo em vilas e assentamentos espalhados por aí.

Agora, em vez de Crane, vamos acompanhar a história de Aiden, um jovem peregrino que está à procura de sua irmã desaparecida.

Para chegar até sua irmã, Aiden é levado até a cidade de Villedor, mas, infelizmente, ele acaba infectado pouco antes de conseguir entrar na cidade. Diferente do vírus do primeiro jogo, a nova variante se desenvolve apenas em ambientes escuros, sem a presença da luz solar. Ou seja, basta a pessoa infectada ficar em locais iluminados pela luz do sol ou por luzes ultravioleta (UV) para não se transformar.

A história não é exatamente muito original, mas é cheia de reviravoltas e revelações, o que a mantém interessante até o final do jogo. No geral, acho a história superior à do primeiro jogo.

Finais e Escolhas

Assim como no primeiro jogo, existem alguns finais possíveis, porém, a diferença é que, ao invés de escolhermos o final no último momento, bem na reta final do jogo, aqui eles variam dependendo de qual facção você se alia.

A novidade dessa vez são as escolhas que fazemos durante a campanha, que mudam não só as recompensas no final, como também podem alterar o trecho de uma missão completamente, e até adicionar ou remover alguns chefes, aumentando o fator replay do jogo.

Mecânicas e Jogabilidade

A parte RPG está bem mais evidente, possibilitando até mesmo a construção de builds mais complexas do que no primeiro jogo. Grande parte disso se deve à implementação de atributos aleatórios nas armaduras, que passaram a ser mais do que itens cosméticos.

Inibidores são outra parte fundamental do jogo. Eles funcionam como remédios que aumentam a imunidade de quem foi infectado pelo vírus, mas não curam a doença por completo, apenas permitem que a pessoa possa passar mais tempo no escuro sem se transformar.

Na jogabilidade, além de permitir que nosso personagem passe mais tempo no escuro, esses inibidores também servem para melhorar os atributos de vida e fôlego, essenciais para realizar os movimentos durante o parkour.

A árvore de habilidades é dividida em combate e parkour. Para distribuir os pontos ganhos ao subir de nível, é necessário melhorar a vida para investir na árvore de combate, e o fôlego para investir na árvore de parkour.

O maior diferencial de Dying Light em comparação a outros jogos de zumbi é sua mecânica de parkour. Escalar paredes, pular muretas e cercas, correr na parede e amortecer a queda com rolamentos fazem parte do núcleo do jogo. E sempre é bom prestar atenção no fôlego, já que ficar sem fôlego no meio de uma escalada é algo bem desagradável.

Aqui, os desenvolvedores optaram por não mudar muito as mecânicas que já tínhamos no primeiro jogo. Em vez disso, decidiram melhorar o que já estava pronto, adicionando novos movimentos ao conjunto de habilidades de parkour.

No começo, a movimentação vai parecer um pouco travada, mas isso ocorre até liberarmos uma certa quantidade de habilidades novas.

Infelizmente, todas essas novas possibilidades de movimento geram inconsistência na hora de executá-los durante uma perseguição mais frenética. Diversas vezes, o personagem não executava o movimento correto para a situação, escalando lugares que não deveria ou não se agarrando às beiradas, resultando em quedas mortais.

Combate

Para nos defendermos dos infectados, o jogo disponibiliza diversas armas brancas, como tacos, canos, machados, espadas e outros tipos de armas improvisadas. Todas essas armas possuem durabilidade e se quebram em determinado momento; armas de maior raridade possuem mais durabilidade.

Uma excelente mudança em relação ao primeiro jogo foi no sistema de durabilidade. Além das armas durarem mais no geral, elas não possuem mais um limite de vezes que podem ser consertadas, bastando apenas ter os recursos necessários.

Isso elimina completamente a frustração de investir recursos valiosos em uma arma que seria perdida em poucas horas de gameplay. Também existem armas de fogo, porém, elas não estavam disponíveis desde o lançamento e só foram adicionadas em atualizações mais recentes.

Dublagem e Localização

Infelizmente, não tenho muito de bom para falar sobre a dublagem. A maioria dos personagens tem uma dublagem mediana ou ruim, com apenas 2 ou 3 personagens possuindo uma dublagem acima da média.

Teve até mesmo um personagem que mudou de voz no meio do jogo. Trata-se de um idoso de aproximadamente 70 anos, que durante as missões tem a voz de fato de um idoso, mas, ao interagir para comprar ou vender itens, o dublador parece ser um homem de no máximo 30 anos.

Gráficos e Otimização

Falando dos gráficos, o jogo é competente nesse quesito. Não são impressionantes, mas fazem jus à época de lançamento, ou talvez até melhores. Como não joguei a versão de lançamento, não posso afirmar com certeza.

O destaque vai para os efeitos de iluminação e as manchas de sangue, que estão acima da média, principalmente com o uso do Ray Tracing.

Tive poucos problemas com otimização; o jogo se manteve a 60 FPS o tempo todo, mesmo com o Ray Tracing ativado. O único momento em que a taxa de quadros caiu foi durante um bug, onde, ao sair de um prédio, o jogo travou em 25 FPS e ficou assim até que eu o reiniciasse. Essa situação ocorreu apenas uma vez.

Bugs

Esperava encontrar alguns bugs, mas definitivamente não tantos. Fazia tempo que não jogava um jogo tão bugado. O jogo tem sérios problemas com colisões, tanto de objetos quanto de personagens e inimigos, perdi a conta de quantas vezes fiquei preso em paredes ou perdi um item que ficou preso dentro de uma mesa ou armário.

As animações durante finalizações também têm problemas graves de colisão. A cada 10 finalizações que eu executava, 9 delas faziam meu personagem flutuar, ou ele chutava o vento e a cabeça do infectado explodia, destruindo completamente a imersão. Pior ainda, várias vezes eu ficava preso no teto ou em uma parede.

No modo multijogador, é possível deixar itens ou armas para os colegas do time, mas essa mecânica não é confiável. Diversas vezes, o item que meu amigo deixou para mim simplesmente desaparecia do inventário.

Houve uma situação em que um machado que joguei na cabeça de um infectado ficou preso embaixo de um caminhão. Não consegui pegá-lo, mas um dos meus amigos conseguiu e o jogou no chão para que eu o pegasse. No entanto, quando abri o inventário, ele havia sumido.

Bugs de textura também são comuns; várias vezes os personagens ou objetos do cenário ficaram completamente cinzas e sem textura.

Dying Light 2 Stay Human

Dying Light 2 é definitivamente um bom jogo e me divertiu muito enquanto escrevia esta análise. Porém, sofre de vários problemas que ofuscam seu real potencial. A história é interessante, os personagens são carismáticos, e o fator replay, por conta das diferentes escolhas que podemos fazer durante a campanha, dá um charme extra.

O combate é extremamente satisfatório, e alguns jogadores podem amar o jogo só por isso. No entanto, todos esses pontos positivos são ofuscados pelos bugs e problemas gráficos.

Se você foi um dos jogadores que sofreu com problemas de performance no lançamento e parou de jogar por causa disso, fico feliz em dizer que essa questão está praticamente resolvida. Vale, sim, dar uma segunda chance ao jogo. Agora, se você não se incomodou com a performance ou simplesmente não foi afetado e mesmo assim largou o jogo, dificilmente vai mudar de opinião.

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