As múltiplas possibilidades suscitadas pelo advento do rápido desenvolvimento da inteligência artificial (IA) têm dividido as opiniões de especialistas, pesquisadores e pessoas comuns. Se, por um lado, é inegável que as novas soluções baseadas em IA têm o potencial de contribuir com avanços expressivos em diversas áreas, por outro, como registrado pelo Safe Zone Games em conteúdos publicados nas últimas semanas, há um temor crescente dos possíveis riscos do avanço indiscriminado das pesquisas na área (e não estamos falando apenas de hipotéticos episódios apocalípticos, como os roteirizados de forma emblemática em filmes como “Exterminador do Futuro”).
É provável, para exemplificar citando apenas uma área, que, como publicado pela editora Lígia Formenti, do portal jurídico JOTA, “a inteligência artificial na saúde pode tornar diagnósticos mais precisos, ajudar a identificar riscos sanitários [e] ser um mecanismo para aprimorar a gestão do setor”. Inversamente, como a colunista mesmo ressalva em texto publicado na última quinta-feira (20), pode-se também, “acentuar desigualdades, aumentar o preconceito” e, por meio do uso das IAs, estabelecer-se “uma ferramenta para perfilização – a análise dos dados para identificar comportamentos, o consumo e, a partir da combinação de informações avaliar condições de saúde”, dentre outros.
Trata-se, como dito, de exemplo meramente ilustrativo para apenas uma das possíveis discussões sobre o tema. Outros seriam os potenciais 300 milhões de empregos que podem ser afetados pela Inteligência Artificial, como advertiu o grupo financeiro Goldman Sachs no final de março; o impacto dessas tecnologias na privacidade, como bem lembrou o blog multilíngue Engadget; e a acentuação da desigualdade entre países pobres e ricos, como publicou recentemente a revista Exame.
Com tantas dúvidas e as prováveis implicações para o cotidiano de todos, como o conhecemos, parece inevitável uma necessária e urgente discussão de forma integrada sobre o tema, em especial, sobre pontos como os aspectos éticos e a necessária regulamentação das pesquisas envolvendo as IAs.
Fontes: Jota, CNN, Exame, Engadget.