Towa and the Guardians of the Sacred Tree | PC

Se você gosta de roguelites e RPGs de ação com aquele tempero estratégico, este jogo tem tudo para te prender por horas.
TOWA AND THE GUARDIANS OF THE SACRED TREE

Towa and the Guardians of the Sacred Tree começa com uma proposta que, à primeira vista, parece até clássica… Um mundo em equilíbrio, ameaçado por um deus maligno chamado Magatsu. Mas a diferença está na forma como essa jornada é contada. Você joga como Towa, a sacerdotisa conectada à Árvore Sagrada Shinju, e não está sozinho. O jogo valoriza a construção de laços, colocando ao seu lado oito Guardiões únicos, cada um com suas próprias histórias, habilidades e formas de enxergar o mundo.

Essa união é o coração da narrativa. Não é só sobre derrotar um vilão poderoso, é sobre entender o peso da responsabilidade, os sacrifícios necessários e como até as amizades podem ser testadas quando o destino do mundo está em jogo. Há diálogos leves que arrancam sorrisos, mas também momentos tensos que lembram que essa não é apenas uma aventura mágica, e sim uma luta pela sobrevivência de tudo que resta de belo.

JOGABILIDADE

A jogabilidade é o que dá fôlego a essa jornada. Logo de cara, você descobre que o jogo não é só correr e bater. Ele é construído em torno de escolhas estratégicas e ação em tempo real. A cada missão, você seleciona dois Guardiões para acompanhar Towa, e essa decisão muda completamente a forma como a batalha acontece.

Um Guardião empunha a espada sagrada Tsurugi, focada em ataques físicos diretos e poderosos, enquanto o outro carrega o cajado mágico Kagura, liberando feitiços que variam entre suporte, ataque em área e controle de inimigos. A chave está na sinergia. Dependendo da dupla escolhida, você pode ter uma run mais voltada para agressividade ou algo mais cadenciado, com magias de controle para segurar o avanço dos inimigos.

As masmorras são geradas de forma procedural e sempre trazem novidades. Algumas salas são cheias de armadilhas, outras são arenas abertas que exigem movimentação constante. O combate tem peso e ritmo, não permitindo que você apenas aperte botões sem pensar. Os inimigos, chamados Magaori, possuem padrões distintos, e dominar cada um deles é essencial para sobreviver.

Entre uma run e outra, a Vila Shinju se torna seu ponto de respiro e progresso. É nela que você treina no Dojo, aprimora armas na Forja, conversa com NPCs e descobre mais sobre a mitologia do mundo. Essa progressão permanente dá sentido até às derrotas. Mesmo quando você cai em batalha, sempre há algo novo para melhorar ou aprender, o que transforma o loop de jogo em algo viciante.

E ainda há o sistema de crafting, que permite criar e refinar espadas com materiais coletados durante as missões. Isso abre espaço para experimentar estilos diferentes e adaptar seu combate conforme os desafios aumentam.

DIREÇÃO DE ARTE / TÉCNICA

Se a gameplay prende, é o visual que encanta logo de cara. O estilo artístico pintado à mão dá vida a um mundo que parece uma fusão entre pintura tradicional japonesa e fantasia moderna. As áreas pacíficas são um colírio para os olhos, mas quando a corrupção de Magatsu aparece, o contraste é tão forte que você sente que algo precioso está sendo destruído diante de você.

Os personagens e Guardiões foram criados com atenção aos mínimos detalhes. O jeito que cada um se movimenta, os efeitos dos golpes, as partículas de magia e até a iluminação durante as batalhas deixam claro que o jogo foi pensado para ser bonito em qualquer frame.

No lado técnico, tudo roda de maneira suave. A câmera isométrica funciona bem, mostrando o campo de batalha de forma clara e nunca atrapalhando a ação. Não há quedas significativas de desempenho, mesmo quando a tela está cheia de inimigos e efeitos visuais.

E aí entra a cereja do bolo! A trilha sonora de Hitoshi Sakimoto. As músicas de vila trazem calma e conforto, como se você estivesse realmente em casa, enquanto os temas de batalha são cheios de tensão e energia. Em várias lutas, é a música que te coloca no clima de “é agora ou nunca”.

Towa and the Guardians of the Sacred Tree

No fim das contas, Towa and the Guardians of the Sacred Tree é aquele tipo de jogo que conquista primeiro pela beleza e depois pela profundidade. Ele entrega um roguelite com peso narrativo, personagens carismáticos, gameplay viciante e um visual que dificilmente vai passar despercebido.

Ele não tenta revolucionar o gênero, mas combina suas peças de forma tão bem-feita que o resultado é único. Se você curte RPGs de ação com progressão roguelite, e principalmente se gosta de jogos que valorizam vínculos com personagens e recompensam dedicação, aqui está um título que merece entrar na sua lista.

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