Little Nightmares III é a mais nova adição a franquia Little Nightmares e essa nova esperiência chega para PS5, PS4, Xbox One, Xbox Series X/S, PC, Nintendo Switch e Nintendo Switch 2.
Em Little Nightmares III, acompanhamos Low e Alone, dois melhores amigos que, de forma inesperada, acabam presos em Lugar Nenhum. O jogador deve escolher qual dos dois protagonistas irá controlar e encontrar uma maneira de escapar desse ambiente bizarro e cheio de perigos.
O título pode ser aproveitado de duas formas: de maneira solo, com a inteligência artificial assumindo o controle do segundo personagem, ou em co-op online, onde cada jogador controla um dos protagonistas. Essa segunda opção abre espaço para uma experiência ainda mais imersiva, já que você pode compartilhar cada momento da jornada de Low e Alone com um amigo, vivendo juntos as tensões, os puzzles e os sustos que definem a franquia.
O ponto forte de Little Nightmares III vai para toda sua ambientação e obviamente seus gráficos. A Supermassive fez um trabalho fenomenal em replicar o estilo único da Tarsier e ficou incrível.
Gameplay
A gameplay de Little Nightmares III mantém a essência que consagrou os títulos anteriores: um jogo em 3D com forte foco em puzzles e exploração. A grande diferença é que, desta vez, a variedade dos quebra-cabeças foi ampliada graças às ferramentas únicas de cada protagonista.
Low carrega um arco e flecha, que pode ser usado tanto para resolver enigmas quanto para interagir com o ambiente de maneiras criativas. Já Alone utiliza uma chave inglesa quebrada, que funciona como instrumento essencial para abrir caminhos, ativar mecanismos e até mesmo se defender em situações específicas.
O jogador precisará alternar o uso dessas ferramentas ao longo da jornada, combinando suas funções para superar os desafios propostos. Além disso, novas mecânicas serão introduzidas gradualmente durante a narrativa.
Apesar de carregar a tag de “terror”, Little Nightmares III não aposta no susto fácil ou no jumpscare convencional. Em vez disso, o jogo segue a linha já conhecida da franquia, investindo em um terror visceral e visual, que incomoda e fascina ao mesmo tempo. A atmosfera é carregada de tensão, com cenários grotescos, criaturas bizarras e situações perturbadoras que provocam desconforto constante no jogador.
O gore estilizado continua sendo uma marca registrada desde o primeiro título, e aqui está ainda mais presente, reforçando a sensação de estar em um mundo estranho, cruel e sem escapatória. Não é o tipo de horror que faz você pular da cadeira, mas sim aquele que permanece na mente, deixando imagens e momentos gravados muito depois de largar o controle.
Gráficos e Performance
No quesito gráficos, Little Nightmares III não deixa absolutamente nada a desejar. A Supermassive Games realizou um trabalho fenomenal em manter a identidade visual da franquia, O resultado é uma atmosfera ainda mais opressiva e envolvente, com cenários que impressionam tanto pela beleza quanto pelo desconforto que transmitem.
Cada ambiente foi construído para refletir os medos e traumas dos protagonistas, o que dá um peso narrativo ainda maior à exploração. As texturas detalhadas, a iluminação cuidadosamente planejada e a paleta de cores sombria reforçam a sensação de estar em um mundo distorcido e ameaçador, mantendo o padrão artístico que tornou a série reconhecida, mas agora com mais refinamento e impacto visual.




Em relação à performance, Little Nightmares III demonstra um desempenho bastante estável durante praticamente toda a gameplay. A taxa de quadros se mantém consistente na maior parte do tempo, garantindo uma experiência fluida mesmo em áreas mais complexas ou cheias de elementos na tela.
É verdade que em alguns momentos foi possível notar pequenas quedas de frames, mas vale ressaltar que a versão testada ainda não contava com o patch de lançamento (day one). Portanto, é bastante provável que a maioria desses problemas de performance seja corrigida antes da chegada oficial do jogo, entregando uma experiência ainda mais polida e estável no produto final.
Minha principal crítica em relação a Little Nightmares III está ligada à inteligência artificial do companheiro quando jogamos em singleplayer. Chamar de “inteligência” chega a ser generoso, já que muitas vezes o outro personagem não responde de forma adequada aos comandos ou simplesmente falha em executar as ações necessárias. Isso acaba resultando em situações frustrantes, especialmente em trechos que exigem sincronia ou rapidez na resolução de puzzles.
Embora seja compreensível que o foco do jogo esteja na experiência cooperativa online, a execução da IA deixa a desejar e pode comprometer a imersão de quem optar por jogar sozinho. Ainda assim, esse é um ponto que pode ser melhorado em futuras atualizações, já que o potencial da aventura continua intacto.
História
A história de Little Nightmares III se desenrola em Lugar Nenhum, um universo distorcido e opressor onde acompanhamos Low e Alone, dois melhores amigos em busca de escapar dos horrores que os cercam. A jornada deles não é apenas uma luta pela sobrevivência, mas também uma busca por liberdade em meio a um mundo que constantemente os coloca diante de ameaças grotescas e situações sufocantes.
À medida que avançamos, cada novo ambiente se revela ainda mais perigoso e perturbador do que o anterior, intensificando a sensação de desconforto e desespero. Nesse processo, fragmentos de lembranças traumáticas do passado começam a emergir, adicionando camadas emocionais à narrativa e aprofundando a conexão com os protagonistas. Essa combinação entre atmosfera, exploração e simbolismo reforça a identidade única da franquia, onde o terror não está apenas no que vemos, mas também no que os personagens carregam dentro de si.
Mesmo sendo um novo capítulo dentro da franquia, Little Nightmares III não traz grandes inovações ao seu universo. A sensação de “mais do mesmo” é evidente, já que o jogo permanece preso a fórmulas já conhecidas, sem arriscar em mudanças significativas na gameplay ou no estilo artístico. Embora seja uma adição bem-vinda e consiga entregar a atmosfera já consolidada da série, fica claro que havia espaço para ousar mais e surpreender os jogadores com algo realmente novo, principalmente devido a mudança de estúdio. A Supermassive não entregou um trabalho ruim, muito pelo contrário, na verdade, o estúdio conseguiu replicar com excelência a atmosfera e o estilo que a Tarsier estabeleceu nos jogos anteriores. O problema é que essa fidelidade acabou indo longe demais. Em vez de trazer uma identidade própria ou propor algo realmente novo, Little Nightmares III acaba parecendo apenas uma cópia bem-feita do que já vimos, sem a ousadia necessária para marcar a assinatura do novo estúdio por trás da franquia.
- Jogo disponibilizado pela Bandai Namco Brasil
Little Nightmares III
Little Nightmares III consegue replicar o legado da franquia, trazendo poucas novidades que mantêm a essência sombria e perturbadora que tornou a série tão marcante. A dupla de protagonistas, Low e Alone, adicionam uma nova dinâmica à jogabilidade, seja pela cooperação no modo online ou pelo contraste de suas ferramentas únicas que enriquecem os puzzles. A ambientação continua sendo o ponto mais forte, com cenários que impressionam tanto pela beleza quanto pelo desconforto que provocam.
Apesar de alguns problemas com a inteligência artificial no singleplayer e pequenas quedas de performance na versão pré-lançamento, nada disso apaga o valor da experiência. O jogo entrega tensão, mistério e um terror psicológico que permanece na mente muito depois de desligar o console ou o PC.
Em vez de trazer uma identidade própria ou propor algo realmente novo, Little Nightmares III acaba parecendo apenas uma cópia bem-feita do que já vimos, sem a ousadia necessária para marcar a assinatura do novo estúdio por trás da franquia.
