História
Ghost of Yōtei conta a história de Atsu, uma guerreira samurai. Aos 16 anos, Atsu testemunhou o massacre brutal de sua família por um grupo de bandidos mascarados conhecidos como os Seis de Yōtei, liderados pelo vingativo Lorde Saito.
Esses fora-da-lei, compostos por guerreiros perigosos com apelidos como Cobra, Kitsune, Oni e Aranha, mataram sua família como parte de sua ascensão ao poder como senhores de fato de Ezo, dominando a região pela força e pelo medo.
Movida por um desejo insaciável de vingança, Atsu assume o manto do Fantasma de Yōtei, uma lenda que assombra os inimigos com táticas furtivas, combates brutais e armas variadas, como espadas, arcos e ferramentas de assassinato.
Ao longo da jornada, ela caça os Seis de Yōtei, um a um, viajando por paisagens deslumbrantes e variadas, de campos de flores silvestres e florestas nevadas a picos montanhosos e lagos congelados, enquanto explora o mundo aberto, realiza atividades opcionais e aprimora suas habilidades.
A narrativa é uma história clássica de vingança, mas com camadas emocionais profundas. Atsu é retratada como uma assassina implacável que, apesar dos avisos de aliados sobre o preço destrutivo da raiva, abraça sua fúria com frieza e até prazer nos combates sangrentos.
Apesar de conter Plot Twists e surpresas interessantes, a história é simples. Não espere Shakespeare aqui.
E quanto a polêmica do suposto conteúdo WOKE? Bem, se o fato da protagonista ser mulher é WOKE para você, então é WOKE. Fora isso, o jogo não tem nada de agenda WOKE.
Gameplay
Ghost of Yōtei é um clássico jogo de ação e aventura de mundo aberto e com elementos de RPG. Ele tem o DNA da Sony bem incorporado. Seja para o bem ou para o mal. Depende aí do quanto você gosta do estilo Sony de fazer jogos. E aqui entenda: terceira pessoa, câmera sobre o ombro, estilo de contar a história e por aí vai.
Tal como o primeiro Ghost, ele bebe fortemente das águas de Assassin’s Creed, embora, na minha visão, os dois “Ghosts” executaram muito melhor que os últimos Assassin’s.
O que eu quero dizer com o “beber” das águas? O famoso “parkour” que já se tornou um clássico em praticamente todos os jogos. A lista de inimigos para matar e a mecânica de Stealth. São alguns pontos que imediatamente me veem à cabeça.
A mecânica de Stealth é mais afrouxada que em Assassin’s Creed. Aqui você não falha automaticamente se for descoberto e consegue se virar bem se decidir ir à luta mesmo.
As lutas, eu diria que são o ponto alto da gameplay, embora depois de uma certa quantidade de horas, se torna um pouco repetitiva. Como todo bom jogo, a progressão é bem executada e competente.
A IA do jogo é bem fraca, por muitas vezes, eu matei inimigos e outros muito perto não notaram. Muitas vezes, ficam olhando pro nada, facilitando os ataques.
Uma crítica que tenho com relação à gameplay é a trava da câmera. Sempre tinha a impressão que estava ruim. Às vezes, lançava golpes e não pegava em ninguém porque a câmera estava mal posicionada. Podiam ter uma aula com a From Software nesse quesito.
As animações da Atsu também têm bastante dos outros jogos da Sony. Algumas copiam a Aloy de Horizon, outras copiam The Last of Us. As originais, entretanto, são sensacionais, principalmente as que a Atsu limpa as armas. Cada uma melhor que a outra.
Peguei algumas situações que não são comuns em jogos da Sony. Animações sobre pedras que você não pode subir superbizarras onde a Atsu sai deslizando por cima da pedra de forma não natural. Ao subir em escadas ou elevações, os pés afundam no terreno. Detalhes, que não tiram o mérito e nem a diversão do jogo, mas que não o torna perfeito.
Aspectos Técnicos
O jogo foi desenvolvido com o motor gráfico proprietário da Sucker Punch e é no geral muito bom. Os gráficos alternam momentos incríveis, principalmente quando cavalgando ou caminhando pelas florestas, rios, lagos e gramas com outros não tão bons como na escala das pedras. Eu não curti as texturas das pedras, pareceram todas lisas e pobres. Não entendi bem o que rolou aqui. Os NPCs também deixam bastante a desejar na qualidade dos rostos.
Agora as texturas das armas, armaduras, selas, máscaras, chapéus são de cair o queixo. Tudo muito bem detalhado, rico e variado.
Joguei no PlayStation 5 Pro, na opção exclusiva Raytracing Pro que corre a 60 fps super fluído e é o modo que eu recomendaria para quem tem o Pro.
Se tem uma coisa que posso me queixar e diria que acontece em boa parte dos jogos “otimizados” para o Pro é que o PSSR normalmente gera ruídos, principalmente em sombras. Fica tudo vibrando de forma estranha. A Sony prometeu para o próximo ano, uma nova implementação que deve eliminar, ou minimizar esse problema.
A dublagem, como em todos os jogos da Sony, é sensacional. Coisa de primeira mesmo.
E os efeitos sonoros e as músicas também merecem um grande aplauso aqui. Há momentos no jogo que tocam músicas em japonês cantadas que chegam a dar aquele arrepio nos pelinhos do braço.
Outro ponto alto da produção e é “padrão Sony” são as cutscenes e a forma como a história é contada. Tudo super bem renderizado pelo motor, com as roupas e armas que você está usando no momento em grandes detalhes e qualidade. Um show à parte!
E o sangue que fica em suas roupas após os combates também, dão um ar de realismo impressionante.

- Jogo disponibilizado pela PlayStation Brasil
Ghost Of Yotei
Levei 74 horas para terminar o jogo no Normal sem platinar. Acho que mais umas 20 horas seriam suficientes para a platina, mas o que faltou eram coletáveis que não tenho o menor saco de fazer.
Ghost of Yōtei é um bom jogo, que traz diversão, mas falha em inovar. Não espere nada revolucionário e não tem nada de errado com isso. Nem todo jogo precisa ser um masterpiece.
Se o DNA da Sony te agrada, não pense duas vezes. Certamente encontrará diversão e conteúdo aqui.
Ghost entrega a proposta dele com uma boa execução técnica.
