Age Of Mythology: Retold [REVIEW]

Jogo disponibilizado pela Xbox Brasil

Age of Mythology Retold é uma reimaginação não apenas do jogo, mas das memórias de quem cresceu em uma era de pixels e RTS, quando nossa única preocupação era a aventura, e contávamos os dias para o fim de semana chegar. Nossos PCs, primitivos para os padrões atuais, mas que na época eram o que havia de mais tecnológico, nunca deixavam a desejar. Revisitar Age of Mythology hoje é mais do que uma grata surpresa; é uma realização.

Não apenas é um acerto, como também renova o gênero e nos envolve no universo do jogo por horas.

Age of Mythology Retold é um remaster completo e definitivo, que certamente mudará nossas expectativas em relação a remasters no futuro.

Dito isso, vamos à análise do jogo.

História e Narrativa

Enredo: A história de Age of Mythology está centrada em uma épica batalha entre humanos e deuses, com a presença de criaturas mitológicas e heróis das antigas civilizações. O enredo principal é contado na campanha chamada “A Queda do Tridente,” onde o jogador acompanha o protagonista Arkantos em uma jornada que atravessa mitologias distintas:atlante grega, egípcia, nórdica.

Contexto inicial – A Queda do Tridente: A trama começa em Atlântida, onde o general Arkantos é convocado para ajudar os gregos na Guerra de Tróia. Uma batalha épica acontecerá e elementos já conhecidos como o cavalo de Tróia, aparecerão na trama. Arkantos será guiado em sua jornada em busca de respostas e redenção.

Narrativa com a Jogabilidade: O jogo é um RTS (Real-Time Strategy), então basicamente a cada novo capítulo em que a história é contada, você receberá as missões que deve realizar sem poder pausar o tempo que decorre do jogo e terá que estabelecer as suas bases para coleta de recursos (madeira, ouro, comida). Também será importante construir os templos para criar guerreiros mitológicos, estábulos para criar cavaleiros, armarias para criar soldados e heróis, como Hércules por exemplo.

Ritmo da História: O equilíbrio entre a jogabilidade e a história é bem balanceada, as cutscenes são “IN-GAME”, sem nenhuma animação adicional que vá consumir tempo e performance. Você verá os personagens se moverem e conversarem, uma hud com o design do personagem e a legenda do que ele está dizendo aparecerá na tela para te ajudar com o contexto.

Gráficos e Direção de Arte

Qualidade Visual: O jogo é um remaster, porém não é qualquer remaster. Os gráficos são muito bonitos e fluidos. Vegetação, personagens, água, iluminação e texturas em geral são um deleite à parte, mesmo o jogo não tendo o foco no realismo e tendo mantido sua essência. Diversas vezes eu ficava dando zoom com o mouse para poder enxergar cada detalhe bem de pertinho.

Desempenho Gráfico: Meu teste foi realizado a 1440p e manteve uma bela experiência gráfica, rodando em ultra (mítico no jogo), sempre dentro dos 60 fps e com um total de 0 bugs e stutterings. Meu único problema ocorreu após uma atualização na versão de testes do jogo, onde uma parte do meu save se perdeu. mas foram apenas 30 minutinhos então deu pra recuperar rapidamente.

Som e Design de Áudio

Trilha Sonora: A trilha sonora guia todo o sentimento do jogador nas ações do jogo. Na tela inicial já sentimos o peso da trilha, que carrega um tom épico e segue boa parte do que vemos no original porém com muitos adendos positivos em termos de masterização.

Efeitos Sonoros: Por ser um RTS os efeitos sonoros vão estar mais estimulados para os sons de guerra, quando algum inimigo está atacando, ou quando alguma construção é derrubada. Em geral os sons dos arqueiros, espadas, escudos e gritos de guerra estão todos bem polidos

Dublagem e Narração: Confesso que na parte de dublagem não tive um boa experiência, porém, durante o período de avaliação do jogo na versão beta, estava descrito que o áudio e a mixagem ainda estavam em andamento. Mesmo assim achei a dublagem fria e sem emoção e mesmo que não tenha sido utilizado IA, no início do jogo isso me causou muitas dúvidas. Em boa parte do início do jogo eu achei que pudesse estar diante de uma dublagem em IA. Vamos aguardar os patches após o lançamento para termos uma visão mais completa da dublagem.

Jogabilidade

Mecânicas de Jogo: Aqui é importante salientar que se trata de um RTS, então todas as mecânicas de jogo levam em conta a famosa “lógica”. Por exemplo, se você precisa fortalecer um exército, será necessário expandir sua vila, transformá-la em cidade, criar um centro, um templo, mais aldeões, armarias, celeiros, etc., para aí sim poder criar os mitos, soldados, cavaleiros e partir para o ataque. A gestão de recursos é muito importante nesse quesito.

Você terá uma barra central na parte superior indicando a quantidade de recursos obtidos (Comida, Madeira, Ouro). Sempre que quiser construir, basta clicar em um aldeão, e um menu à esquerda, na parte inferior, mostrará as construções disponíveis e quanto de cada recurso será necessário para cada construção.

Para ampliação populacional, também há um custo: as casas. Se atingir o limite populacional, não será mais possível criar exércitos. Nesse ponto, é importante manter os aldeões em tarefas diferentes e separar alguns para a construção de casas.

Nível de Desafio: O jogo possui cinco níveis de dificuldade: Modo História, Normal, Moderado, Difícil e Titã.

Interatividade: A interatividade com o mundo é linear. Mesmo você podendo explorar os mapas, não é possível, por exemplo, subir montanhas ou fazer algo no mar. Você apenas poderá caminhar em direções sem obstáculos, e o mini-mapa mostrará para que lado fica sua jornada em cada missão.

Novo Recurso: Sistema de Prioridade de Aldeões
Fornece um novo nível de automação para os aldeões, o que reduz significativamente a carga cognitiva frequentemente imposta aos jogadores nesse tipo de jogo. Por meio de uma variedade de predefinições e configurações personalizadas, os jogadores podem atribuir a todos os seus aldeões o foco em diversas áreas de coleta de recursos com apenas um toque de botão. A coleta de recursos será então gerenciada pelo Sistema de Prioridade de Aldeões.

Novo Recurso: Poderes Divinos Reutilizáveis
Os Poderes Divinos podem ser reutilizados várias vezes, em vez de serem habilidades únicas, como no jogo original. Seja invocando poderosas tempestades de raios ou terremotos devastadores, a diversão mitológica agora é infinita com este novo recurso.

Recurso de Eras: Ao longo do jogo, há quatro Eras principais: Arcaica, Clássica, Heróica e Mítica. Avançar para uma nova Era permite que os jogadores desbloqueiem novas tecnologias, unidades militares, melhorias para construções e soldados, além de conceder acesso a deuses menores, que oferecem poderes divinos e novas habilidades para o jogador. Esses avanços são essenciais para fortalecer o exército, melhorar a economia e ter acesso a recursos mais poderosos durante a partida.

Adendos importantes: Era Maravilha, uma nova era para a franquia. Construa a maravilha da sua civilização, e os poderes divinos se tornam mais baratos. Isso leva a finais mais dramáticos e caos no campo de batalha.

Acessibilidade

Vale destacar também os recursos de acessibilidade que o jogo traz, dos quais se destacam:

Narração e legenda em todos os diálogos do jogo
Tamanho do Texto Ajustável
Dificuldade Ajustável, incluindo Modo História
Cores de Amigo/Inimigo
Contornos de Amigo/Inimigo
Sobreposição de Padrão por Jogador
Cores Totalmente Ajustáveis por Jogador
Ajuste de Contraste do Mini-Mapa

Autor: Astrobit
27/08/2024