Versão de PS5 disponibilizada pela Game Science

Vou começar dizendo que o jogo é SENSACIONAL. Segue comigo que vou te explicar tudinho e te ajudar a decidir se o jogo é ou não para você.

Black Myth: Wukong é baseado na mitologia Chinesa e conta a história da “Jornada para o Oeste”, um Grandes Romance Clássico da literatura Chinesa.

História

Sun Wukong, também conhecido como o Rei Macaco, nasceu de uma rocha mágica no topo do Monte Huagou, que era imbuído de energias celestiais. Um dia, uma brisa forte soprou sobre a montanha e fez com que um macaco completamente formado nascesse da pedra. Apesar de ainda prematuro, o jovem animal já conseguia andar e falar.

Através da sua origem sobrenatural, Wukong foi abençoado com habilidades extraordinárias, como força sobre-humana inigualável e a habilidade de se transformar em 72 animais e objetos diferentes — apesar de ser impaciente e ter um temperamento esquentado. Ele também podia manipular magicamente o vento, a água e o fogo, além de ser um exímio lutador de artes marciais. 

A história é um tanto mais complexa que isso, mas para que essa análise não vire um livro, vamos resumir. O Macaco com tantos poderes resolveu desafiar todos os deuses e acabou banido por 500 anos em uma montanha. Você se torna, portanto, o predestinado que deve assumir o poder de Wukong novamente e é aí que o jogo começa. Você deve recuperar as cinco relíquias e a armadura de Sun Wukong para reclamar seu lugar novamente.

Agora que passamos a história, vamos ao jogo em si.

Primeiro ponto controverso. Afinal, qual é o estilo e jogo de BMW? Os desenvolvedores afirmam que o jogo não é um Soulslike mas a verdade é que ele bebe bastante da fonte da From Software. Eu o classificaria como um “Soulslite”. Ele tem todos os elementos de um Souls tradicional: Você precisa achar os santuários que são os equivalentes das fogueiras. É nos santuários que você descansa, altera as habilidades, cria armas e armaduras entre outras coisas. Quando você descansa, tal como todos os Souls, você recupera vida, porongos e os inimigos reaparecem.  

Os Porongos são o equivalente do Estus mas aqui ele é mais sofisticado que nos Souls. Cada Porongo tem suas características únicas. Imagine o Porongo como a garrafa, dentro do Porongo você ainda pode escolher a bebida, também cada uma com suas características e por fim ainda pode por uns ingredientes na bebida para personalizar ainda mais o seu Porongo dependendo da luta ou situação que você se encontra. UFA que complicado! 

Os chefes são no estilo Souls também: São grandes ou gigantes, tem uma barra de vida enorme e a dificuldade varia. Alguns bem difíceis e outros nem tanto. Alías, chefe é o que mais tem nesse jogo. Para onde você andar tem chefe. Por vezes, parecem difíceis, mas como nos Souls tem mais relação com encontrar a estratégia certa e o Build certo do que a dificuldade em si. Veja, eu sou RUIM nesses Souls e consegui navegar bem no Wukong. Um ou outro chefe me deram trabalho, mas nada que uma hora não resolva. 

Ué, mas se tudo que eu disse até agora é igual aos Souls porque não é Souls? Aí tem a sacada do jogo. Ao contrário dos Souls tradicionais da From, aqui quando você morre, você não perde nada. Não perde suas volições que é o equivalente das almas, não perde a experiência. Não perde nada. Dessa forma, você está SEMPRE acumulando experiência e isso cria uma facilidade do jogo em você “farmar”. Ao farmar você vai ganhar faíscas para subir de nível que vai permitir que você melhore seu personagem e torne combates difíceis mais palatáveis 

O jogo tem um monte de lugares onde você pode gastar suas faíscas ou pontos de experiência e aqui tem uma mecânica legal que existe nos Souls mas em geral são mais complexas. Em BMW, você pode, sem custo NENHUM refazer seu personagem todo a qualquer momento. Isso permite que você mude e adapte a sua forma de jogar para enfrentar um chefe que talvez esteja com dificuldade. Em muitos casos, as armaduras e as armas favorecem certas características que você poderá melhorar para determinada luta. 

O seu personagem macaco vai contar com magias, posturas do bastão, transformações, espíritos, aparatos, artefatos etc. É tanta coisa que posso ter esquecido algumas. Já deu para entender que o jogo tem sim profundidade e complexidade para montar os seus Builds da forma que mais se adequa ao seu estilo de jogo. Independente dos Builds, digo que o jogo favorece a agressividade. Vai para cima que dá mais certo. Vi algumas pessoas dizendo que o jogo é Hack and Slash. Não concordo. Acho que ele é uma mistura de Souls com Hack and Slash e por isso chamei de SoulsLite. Os mobs em geral você vai na pancada e Hack and Slash, mas os chefes demandam mais estratégia. 

Dentro das mecânicas, uma coisa eu senti falta foi um Parry ou bloqueio. Embora mais para a frente você receba uma magia que “simula” um parry eu achei bem limitada e não usei para nada, mas pode ser que você curta. E por isso o jogo é bem versátil. 

Direção de Arte

A ambientação do jogo é sensacional dentro da cultura chinesa e ele é separado em seis capítulos. Cada um tem um bioma bem diferente do outro o que torna o jogo bem único visualmente. Os principais Biomas são: Floresta, Deserto, Neve, Cavernas e Montanhas de lava.

Problemas

  • O Level design é confuso, muitos lugares para ir, vários lugares escondidos e fáceis de serem pedidos e principalmente para mim, a falta de um MAPA. Além dos níveis serem GIGANTESCOS, a falta do mapa me atrapalhou bastante. Em muitos momentos fiquei perdido e fiquei andando de um lado para o outro para ter “certeza” de que tinha explorado tudo e apesar de meus melhores esforços, deixei bastante coisa passar. 
  • Como não tem mapa e nem sequer uma bússola é fácil se perder 
  • As quests são bem estilo FROM. Confusas e sem uma explicação básica do que fazer. Resolvi muitas na sorte ou com amigos que deram dicas. Por vezes, tem que voltar em capítulos anteriores para finalizar a quest mas não há nenhuma indicação para isso. Foi na conversa com amigos ou Internet mesmo. 
  • Esse ponto causou bastante controvérsia na Internet. As famigeradas paredes invisíveis. A mim não incomodou, mas entendo quem reclamou. Na verdade, percebo que foi um pouco de falta de experiência do dev. Esse é o primeiro jogo de grande porte da Game Science e alguns lugares bastaria ter uma pedra ou algo que deixasse claro que não era para ir para ali ao invés de colocar a parede invisível. Veja, TODOS os jogos têm paredes invisíveis, mas são disfarçadas com uma casa que não se pode entrar, uma montanha etc. Jogos não são infinitos e as paredes invisíveis são os limites dos níveis. 

Desenvolvimento

O jogo foi desenvolvido com o motor gráfico Unreal Engine 5 e posso dizer com tranquilidade que em termos gráficos é o jogo mais bonito e realista que eu já vi. Os gráficos são um desbunde. O jogo faz uso intensivo das novas features do UE5: Lumem e Nanite.

Joguei principalmente no PC, um Laptop com RTX 4080 e i9. Rodou bem, beirando os 60 fps no ultra, mas com algumas condições. Resolução de 1440p, DLSS qualidade e Frame Generation. Eu tive um problema técnico que persistiu até o fim, mesmo após a atualização dos drivers. Ao ativar o Frame Generation, aleatoriamente, quando eu entrava no menu dava pau. Demorava pra sair e quando saía a imagem ficava piscando e me obrigava a desabilitar e reabilitar o Frame Generation. Claro que eu poderia ter baixado a qualidade e ficado sem, mas preferi seguir assim mesmo. Além disso, tive os famosos Stutters com alguma frequência, mas pode ser uma limitação do meu laptop.

Joguei também um pedaço do capítulo 1 no Playstation 5 e fiz uma comparação subjetiva do PC x PS5. No PS5 ao contrário o PC que tem milhares de opções, você basicamente em 3 modos gráficos: Qualidade que foca em 30 fps, balanceado que foca em 40 fps para quem tem TV ou Monitor de 120 hz e modo desempenho focado m 60 fps. Eu particularmente não gostei o modo qualidade. Fica muito travado e me deu até um pouco de enjoo. Visualmente também não vi grandes diferenças para justificar a perde de desempenho. Achei o equilibrado interessante, mas sinceramente, jogaria no modo desempenho. Comparando com o PC os gráficos ficam atrás principalmente pelo Ray Tracing. O Playstation usa Screen Space Reflections. No PC temos Ray Tracing para reflexos, sombras e iluminação global. Faz bastante diferença, mas se você não olhar a do PC para comparar vai ficar bem satisfeito com qualidade no PS5.

Black Myth: Wukong

Eu levei cerca de 70 horas para terminar uma única Run, LONGE de platinar. Acho que para fazer 100% precisaria de mais uma RUN no NG+.

No resumo da coisa: Eu achei o jogo sensacional. É preciso dar um desconto por ser o primeiro grande projeto da Game Science e acho que eles se superaram demais. Entregaram um grande jogo. Não tenha medo de tentar por ser “Souls”. Tem lutas bem difíceis. Pelo menos para mim, foram, mas com persistência, passei. Não sou bom jogador de Souls. 

Quer uma nota? Nota 9. A falta de um Mapa ou um level design mais direto me fizeram não dar 10.  

9