Em um momento histórico para o futuro das viagens espaciais, a China enviou mais três astronautas à órbita terrestre na manhã desta terça-feira (30), incluindo o primeiro civil. A notícia chega um dia após a nação anunciar planos para pousar astronautas na Lua até 2030, intensificando a rivalidade espacial com os Estados Unidos.
Contra o cronograma da NASA, que espera enviar astronautas americanos à Lua até o final de 2025, Lin Xiqiang, vice-diretor da Agência Espacial Tripulada da China, confirmou a antecipação da meta lunar do país. Anteriormente previsto para depois de 2030, o novo objetivo amplia as ambições espaciais do país, gerando um cenário de corrida espacial que remete à era da Guerra Fria, só que agora o “adversário” é a China, e não mais a União Soviética.
A meta lunar chinesa é ambiciosa: a realização do primeiro pouso tripulado na lua antes de 2030; a execução de pesquisas científicas e demonstrações tecnológicas na superfície lunar; o desenvolvimento de um sistema de comutação e permanência de curto prazo para tripulações; e, a realização de testes integrados humano-robô; são apenas algumas das ações planejadas.
Lin expressou a visão chinesa durante coletiva de imprensa no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan: “Nossos astronautas caminharão na lua, coletarão amostras ao redor do local de pouso e realizarão pesquisas. Isso levará nossas missões tripuladas da órbita baixa da Terra ao espaço profundo e ajudará a aprofundar o conhecimento da humanidade sobre a origem e a evolução da lua e do sistema solar”.
A espaçonave Shenzhou-16, lançada nesta terça-feira, está transportando os três astronautas chineses para a estação espacial de Tiangong. Entre os tripulantes está o professor Gui Haichao, representando a primeira vez que um civil chinês viaja ao espaço. A missão de cinco meses é a primeira à estação espacial chinesa desde que esta se tornou totalmente operacional no final do ano passado.
A China tem se destacado na exploração espacial. Recentemente, conseguiu pousar um rover em Marte e uma espaçonave robótica no outro lado da lua, e mantém uma estação espacial na órbita baixa da Terra.
A competição com os EUA tem sido, por assim dizer, uma fonte de orgulho nacionalista para a China. O presidente Xi Jinping definiu a “exploração do vasto cosmos” como um “sonho eterno” do povo chinês. Diante do fato, a administração da NASA alertou que a China será “um competidor muito agressivo” no espaço.
Fonte: The Washington Post