A Meta, empresa por trás de plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, está enfrentando críticas e preocupações em relação a demissões recentes que afetam sua equipe de negócios, incluindo equipes responsáveis pela moderação de conteúdo e questões regulatórias. Funcionários atuais e ex-funcionários expressaram receios de que os cortes severos nessas áreas comprometam a capacidade da empresa de lidar com desinformação, campanhas de influência estrangeira e desafios políticos em um momento crítico de preocupação geopolítica.
A Meta havia divulgado recentemente vitórias na detecção de campanhas de agentes estrangeiros que buscavam influenciar secretamente os assuntos mundiais após a guerra na Ucrânia. No entanto, com as demissões em andamento, alguns funcionários temem que a empresa não esteja preparada para enfrentar adequadamente a crescente agressividade dessas campanhas e os desafios regulatórios que se aproximam.
A empresa enfrentará um ano com várias eleições, incluindo a eleição presidencial dos EUA, enquanto campanhas secretas de influência da Rússia e da China se tornaram mais intensas em suas tentativas de moldar a política global. Governos ao redor do mundo estão aprovando leis para impor sua vontade política às empresas de mídia social em relação ao conteúdo.
Os funcionários destacam que os anos eleitorais geralmente trazem um aumento na moderação de conteúdo, e cortes significativos na equipe responsável por essa tarefa podem prejudicar a capacidade da empresa de lidar com a desinformação e o discurso de ódio. Além disso, as demissões também podem impactar a capacidade de resposta da Meta a questões políticas e culturais complexas em diferentes partes do mundo.
A Meta está passando por um processo de redução de pessoal que afetará diversas áreas, totalizando a eliminação de 21.000 funções, incluindo a última rodada de 10.000 cortes. A empresa está buscando se tornar mais eficiente e enxuta, mas os funcionários questionam se essa abordagem resultará em menos recursos para lidar com ameaças emergentes e desafios políticos.
A empresa também enfrenta competição acirrada de outras gigantes da tecnologia, como o TikTok, além de desafios econômicos e novas regras de privacidade adotadas pela Apple, que afetaram seus negócios de publicidade digital. No entanto, especialistas apontam que a Meta tem investido em equipes e tecnologias para proteger sua comunidade e alegam que a empresa continuará a avançar em seus esforços de integridade e segurança.
Essas demissões na Meta fazem parte de uma tendência maior entre as grandes empresas de tecnologia, como Google, Amazon e Microsoft, que também estão passando por cortes significativos de empregos devido a uma crise no setor. Os funcionários dessas empresas estão cada vez mais protestando contra o que veem como baixo desempenho e falta de clareza por parte dos empregadores.
No caso da Amazon, alguns funcionários da empresa também estão expressando frustração e planejando deixar seus empregos devido a várias questões. Mensagens internas enviadas via Slack e e-mail revelaram que alguns funcionários anunciaram planos de abandonar o trabalho em resposta à insatisfação com as demissões, a imposição do retorno ao escritório e preocupações com os compromissos climáticos da empresa.
Os organizadores dos funcionários estão convocando seus colegas a saírem em 31 de maio, após a reunião anual de acionistas, como forma de protesto. Essa agitação entre os trabalhadores do Vale do Silício reflete a crescente ansiedade e preocupação no setor de tecnologia, à medida que as demissões e a falta de segurança no emprego aumentam durante uma possível recessão.