Jogo disponibilizado pela Bandai Namco Brasil

A série Budokai Tenkaichi é, de longe, a série de jogos mais popular de Dragon Ball. Toda essa popularidade não é à toa, já que a franquia marcou época e a infância de muitas pessoas durante a era do fantástico PlayStation 2. Nesta análise, vou pontuar os pontos fortes e fracos, além de deixar algumas observações e comentários sobre a minha experiência como um todo.

Antes de começar, gostaria de agradecer à equipe da Bandai Namco por ter enviado o Dragon Ball: Sparking! Zero e ter possibilitado esta análise.

História

O modo história de Sparking! Zero não é o foco principal do jogo, nem de longe, mas ainda é competente em contar a história do anime de uma maneira bem resumida.

Explicando de maneira breve: nós escolhemos um dos personagens disponíveis no modo história e vamos acompanhar toda a sua jornada do começo ao fim, seguindo os eventos principais desse determinado personagem no anime. Basicamente, jogando com o Goku, vamos acompanhar as principais lutas dele até o final da história; escolhendo o Gohan, vamos ver as lutas que ele participou; com o Piccolo, as lutas dele, e assim por diante. 

Vale mencionar que nem todos os personagens possuem uma campanha própria, até porque seria inviável, visto a quantidade absurda de personagens presentes no jogo. 

O principal diferencial do modo campanha em Sparking Zero está nos momentos “What if” (e se) presentes durante as missões. Basicamente, em alguns momentos da campanha, vamos ter escolhas ou condições de batalha que alteram o curso da história principal. 

O primeiro momento em que nos deparamos com esse tipo de evento é logo nos momentos iniciais da campanha do Goku, onde podemos recusar a ajuda de Piccolo na luta contra o Raditz, e, no lugar do Piccolo, vamos receber a ajuda de Kuririn durante a luta. Baseado nesses eventos, a história pode seguir um rumo completamente diferente da história principal, o que é simplesmente incrível. 

Infelizmente, são poucos os momentos onde temos histórias tão divergentes dos eventos principais do anime. Geralmente, esses momentos de escolha levam ao mesmo desfecho da história principal ou são breves demais para serem relevantes ou memoráveis. 

  

Confesso que um ponto que também me decepcionou foi que praticamente 95% da história é contada através de quadros estáticos e legendas na tela, sem sequer uma dublagem na grande maioria das vezes. 

Gameplay

É aqui onde de fato o jogo brilha. A série Budokai Tenkaichi sempre foi conhecida por ter uma das melhores mecânicas de luta em toda a franquia Dragon Ball, e com Sparking! Zero não é diferente. 

Além de aprimorar tudo o que já existia nos jogos antigos, novos tipos de movimentos de defesa e ataque compõem o conjunto de maneira simplesmente brilhante. Fazia muito tempo que não me divertia tanto jogando um jogo de luta. 

O jogo nos dá a opção de utilizar os controles clássicos ou usar um novo mapeamento de botões mais atualizado. Particularmente, preferi bem mais usar os comandos modernos, principalmente quando tentava trocar os personagens durante as lutas. Usando os comandos clássicos, a troca de personagens fica muito inconsistente e frustrante.

Direção de Arte

Outro ponto simplesmente incrível são os gráficos. Facilmente esse é um dos jogos da franquia mais bonitos que eu já vi. Além da destruição de cenário estar muito superior em relação aos antecessores, todos os efeitos visuais das técnicas, transformações e explosões durante as lutas estão simplesmente incríveis. É possível até mesmo observar o movimento do tecido da roupa dos personagens balançar durante a carga de Ki. 

As técnicas, tanto as novas quanto as antigas que foram reformuladas, receberam novos ângulos de câmera e efeitos melhorados, transformando até mesmo as lutas mais simples em verdadeiros espetáculos, nos fazendo sentir como se estivéssemos controlando o próprio anime.

Infelizmente, dá para notar que algumas técnicas e transformações não receberam tanto cuidado e aparentam estar incompletas, mas esses casos são uma parcela bem pequena.

Opinião

Tiveram alguns problemas que denunciaram que o lançamento do jogo foi um pouco apressado. 

Um dos principais pontos que denunciam isso foi o fato de o modo multiplayer local ter sido implementado de última hora, já que a grande maioria da comunidade havia reclamado da falta dele. Por ter sido adicionado às pressas, os desenvolvedores não tiveram tempo de otimizar tudo com cuidado. O resultado disso foi que só existe um mapa disponível no multiplayer local: a Sala do Tempo. 

A inteligência dos inimigos durante o modo história também foi um problema. Era possível notar claramente que alguns inimigos conseguiam ler os comandos do meu controle, ou seja, basicamente sempre que eu executava uma determinada ação durante a luta, a máquina sempre reagia da mesma maneira. 

Em outros casos, eu percebia que a máquina ficava menos ou mais agressiva caso ativasse o meu modo Sparking durante a luta. 

Esse tipo de abordagem gera duas situações: 

A primeira é mais positiva, já que isso cria um certo desafio durante as lutas, forçando o jogador a criar novas estratégias e a dominar as outras mecânicas como um todo.

A segunda é que algumas lutas ficam simplesmente triviais, dependendo de como a máquina é programada. Um exemplo desse tipo de situação foi na luta final da história do Goku, onde simplesmente, enquanto me mantinha a uma certa distância do Jiren, ele ficava repetindo o comando de pular e lançar esferas de Ki. O problema disso é que seus ataques sempre acertavam o chão, ou seja, eu estava 100% seguro para atacar ele sem ser punido.

Dragon Ball: Sparking! Zero

Dragon Ball: Sparking! Zero é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogos que tive o prazer de jogar este ano, mas ainda comete alguns pequenos deslizes que me fizeram questionar se esse jogo não poderia ter sido muito melhor se tivesse sido um pouco adiado. Mas, apesar de tudo, a experiência como um todo vale muito a pena, e com certeza é um grande alívio aos fãs que esperavam o retorno da franquia que fez tanto sucesso na época de ouro do PS2. 

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