Final Fantasy XVI | Xbox

Épico, emocionante, mas também, cansativo

Final Fantasy foi inicialmente famosa por apresentar um combate através de turnos e que requisitava estratégia por parte dos jogadores, mas o 16º jogo da tão famosa série de jogos criada por Hironobu Sakaguchi, veio com o objetivo de trazer uma nova visão para franquia. 

História

A história se passa em Valisthea, um mundo com vários reinos distintos, que a dependem dos Cristais-máter e sua magia para fazer tarefas simples, e até com propósitos militares, como as guerras e cruzadas.

Nessa jornada, somos apresentados a Clive Rosfield, nosso protagonista, primogênito do Duque de Rosaria, e irmão mais velho de Joshua Rosfield, o Dominante do Eikon Fênix. 

Os Eikons são criaturas enormes e poderosas, no total temos 10, cada um dominando diferentes elementos:

  • Fênix: Eikon do fogo 
  • Garuda: Eikon dos ventos
  • Titã: Eikon da terra
  • Ramuh: Eikon dos raios 
  • Leviathan(disponivel na segunda DLC do jogo): Eikon da água 
  • Shiva: Eikon dá água 
  • Odin: Eikon da escuridão 
  • Bahamut: Eikon da luz.
  • Ifrit: entidade misteriosa, também Eikon do fogo, igual a Fênix

Por não ter sido abençoado com um Eikon, Clive é constantemente rejeitado por sua mãe, que o vê como indigno a família real, apenas um fardo.

Apesar disso, Clive treinou duramente como um soldado, se tornando o primeiro escudo de Joshua, uma pessoa cuja função é proteger o dominante pessoalmente. 

Em uma noite, antes do rito de passagem de Joshua para se tornar o dominante protetor de rosaria, o castelo onde estavam se abrigando, é atacado de surpresa pelos soldados do reino de Sanbreque, causando a morte de vários, inclusive do pai de Clive e Joshua (uma cena bem pesada inclusive, para os padrões de Final Fantasy) vendo a morte de seu pai, e quase sendo morto pelos soldados, Joshua manifesta a Fênix, e então mata todos os soldados que ali estavam.

Clive também se desespera vendo seu irmão se transformar, e misteriosamente se transforma em um segundo Eikon de fogo, totalmente fora do controle, e mata Joshua após uma batalha épica.

Anos se passam, e descobrimos que Clive foi vendido como um portador (algo semelhante a um escravo) por sua própria mãe. agora adulto, ele é enviado a uma batalha onde os Eikons Titã e Shiva estavam lutando entre si em uma guerra.

Após algumas sessões de gameplay, descobrimos que a dominante da Shiva, é Jill Warrick, amiga de infância de Clive, com que faz que ele se vire contra o império, e salve a vida dela, logo depois somos salvos por Cid, o Dominante de Ramuh, Lider da Resistência que procura libertar os portadores e dominantes. 

A Square enix investiu pesado na história, que une muito bem traição, vingança, política, romance e Fantasia.

O Combate

Aqui temos a maior mudança em relação aos jogos anteriores, o combate agora está totalmente voltado a ação. 

Clive pode atacar com sua espada apertando X, e lançar projéteis mágicos apertando Y, você também tem sua esquiva que fica no RB, se você acertar o tempo correto de desviar, o tempo irá desanelar e Clive dará um golpe mais forte no oponente. 

Também temos as habilidades características dos Eikons que fica no B, no início você terá somente a fênix, onde sua habilidade é dar um avanço longo em direção ao inimigo, e temos as habilidades de ataque, que são sua principal fonte de dano, incialmente você só terá duas, mas é possível equipar até 3. 

O Combate do jogo está incrível, mas não é à toa. Porque o diretor de combate é nada mais nada menos que Ryota Suzuki, que trabalhou em jogos com Devil May cry, Monster Hunter e Dragon’s Dogma, então você vai perceber muito do DNA de todos esses jogos durante sua gameplay. 

Mas, me deparei com um problema, o combate do jogo pode até ser muito bom, mas você demora muito para adquirir outras habilidades, seus combos dependem muito das habilidades de Eikon, e até conseguir equipar 6 habilidades para conseguir variar, você levará até 10 horas de jogo, então até lá, se prepare para ver os mesmos 6 ataques durante as lutas. 

Mas apesar de você poder equipar elementos com seu personagem, eles não fazem nenhuma diferença no combate. 

Sim, trocar de elementos não mudam nada, a não ser suas habilidades, não importa se você vai enfrentar um monstro de fogo, e usar o elemento gelo por exemplo, você vai dar o mesmo dano se estivesse usando o elemento fogo, e por aí vai. 

Não existe uma estratégia no combate, agora é totalmente voltado para ação, com foco em desviar de ataques e espamar suas habilidades

Agora minha parte favorita, existem várias batalhas contra Eikons, e é uma melhor que outra, se você é fã de Tokusatsu ou Kaiju, esse jogo é um prato cheio. 

Efeitos visuais (até demais), efeitos sonoros, batalhas megalomaníacas e exageradas, foi a melhor representação de briga de monstros gigantes que já tive o prazer de experimentar um jogo de videogame, claro, também tem seus problemas, como um certo excesso de quick time events, mas isso não chegou a me incomodar, para falar a verdade, eu até gostei, o titã e o Bahamunt foram de longe as minhas batalhas favoritas. E todas as lutas do jogo acompanham a trilha sonora épica de Masayoshi Soken, eu te desafio a encontrar uma música ruim nesse jogo. 

O Mapa e as sidequests

Agora, meu maior problema com esse jogo, Final Fantasy XVI tinha tudo para pegar os mapas de seus jogos anteriores (até o remake de FF7) e melhorar mais ainda! 

Mas não foi isso que aconteceu, o mapa de FF16 não é mais mundo aberto igual seu antecessor, mas isso não seria um problema, se a Square Enix tivesse colocado atividades secundárias, todos os mapas do jogo são vazios, onde as unicas coisas que você tem para fazer são monstros aleatórios para matar, e itens jogados no chão para coletar, e você tem as Side Quests. 

As side quests foram outro ponto que me incomodaram bastante, são exatamente a mesma coisa, vá para o ponto X e mate X inimigos, ou vá até local X e converse com fulano e volte aqui. 

Algumas são realmente boas, que revelam detalhes de personagens secundários que a main quest não fala sobre, ou algumas que desbloqueia novas funções para sua gameplay, como aquela que desbloqueia o Chocobo para você usar nos mapas abertos. 

O jogo também peca bastante no ritmo da Quest principal, em uma hora você está lutando com um Eikon de 300 metros com uma música épica, e logo após você fica 3 horas fazendo absolutamente nada de relevante, o jogo te manda pra uma vila aleatória para matar monstros, ou juntar materiais para algum NPC. 

E você fica repetindo esse mesmo ciclo toda vez que termina um reino, é algo que pode não incomodar muita gente, mas me incomodou bastante, ao ponto da minha jogatina ficar cansativa, já cheguei até a bocejar em certas partes, o jogo é incrivel quando está seguindo a história principal sem enrolações, mas esses defeitos podem fazer algumas pessoas desgostarem da progressão.

O port e a otimização

Final Fantasy XVI foi incialmente lançado como exclusivo para PS5 em 22 de junho de 2023, tendo sua versão para PC lançado em 17 de setembro de 2024, e recentemente, tivemos o port tão esperado para Xbox series no dia 8 de junho de 2025. 
 
Eu joguei no Xbox Series S e no PC via Play Anywhere, então eu estava com o save dos dois sincronizados. No Series S, o jogo estava travado a 30 FPS e 1080P(podendo cair até 720P) em 80% do jogo eu percebi que a imagem estava muito embaçada, tanto que em certas partes até chegava a incomodar meus olhos, ou entender o que tinha no horizonte, apesar disso, não tive nenhum problema gráfico ou de queda de frames, ou crashs, com o jogo mantendo seus 30 FPS durante toda jogatina. 

já no PC a história foi outra, joguei ele com os gráficos no médio a 60 FPS e 1080P, ele manteve essa taxa de frames por maior parte do tempo, mas em alguns momentos específicos, como nas cenas em que a fênix aparecia na tela, ou um monstro com muitas penas, meu jogo simplesmente morria, e os frames chegavam a cair até 15 FPS. 

E tive um certo bug, após horas prologadas de Gameplay, o FPS do jogo simplesmente morre, mesmo que eu não esteja em uma área pesada, não importava se eu mudasse os gráficos para o mais baixo possível, ou diminuísse também a resolução, a única solução era reiniciar o jogo, só assim ele voltava ao normal.

Resumidamente, tive menos problemas jogando no Xbox Series S do que no PC, apesar da qualidade ser superior, as quedas de frames do PC chegavam a atrapalhar a jogabilidade.

Final Fantasy XVI | Xbox

Apesar de seus problemas de ritmo e sidequest, Final Fantasy XVI brilha do início ao fim, sua história é fantástica e emocionante, a nova gameplay focada em ação é divertida e viciante, não me senti enjoado nenhuma vez, Ryota Suzuki fez um trabalho incrível. 

E apesar de não ter queda de frames e problemas gráficos aparentes, a resolução do baixíssima no Series S pode incomodar até aqueles que já estão acostumados com o console, e no PC, as quedas de frames frequentes podem incomodar e atrapalhar a sua jogatina. 

8.5