No árduo campo de batalha da inovação em saúde, o Google lançou sua mais recente ofensiva contra a Microsoft: um programa de inteligência artificial (IA) medicalizado, o Med-PaLM 2. A intenção? Romper as barreiras na indústria da saúde, conforme relatado pelo The Wall Street Journal.
Esta nova IA, construída a partir do software de chatbot do Google, foi desenvolvida para responder competentemente a perguntas médicas. Isso coloca a empresa em concorrência direta com a Microsoft e outras gigantes da tecnologia, todas lutando para transformar os recentes avanços da IA em produtos de uso amplo pelos profissionais de saúde.
Lançado em novembro, o ChatGPT, um programa que responde fluentemente a uma gama variada de consultas, estimulou testes preliminares em sistemas de saúde nos Estados Unidos. A aposta é usar a tecnologia subjacente para melhorar a assistência ao paciente.
O diferencial do Med-PaLM 2 é que este chatbot médico foi treinado com perguntas e respostas de exames de licenciamento médico. Isso o torna mais apto a lidar com questões de saúde do que algoritmos gerais. O Google iniciou testes com clientes, incluindo o renomado hospital de pesquisa Mayo Clinic, em abril deste ano.
A indústria da saúde tornou-se um novo campo de batalha entre grandes empresas de tecnologia e startups menores. Todos buscam conquistar clientes com ofertas de IA. Entretanto, experiências anteriores, como a iniciativa Watson Health da IBM, tiveram dificuldades para traduzir a tecnologia em lucros duradouros.
Os especialistas em ética médica alertam que, embora a IA generativa possa ser revolucionária para a medicina, é essencial que os pacientes sejam informados sobre o novo uso de seus dados de saúde. Além disso, novas ferramentas devem ser avaliadas à medida que são implementadas. O Google atraiu escrutínio no passado por seu gerenciamento de dados de saúde confidenciais.
Tanto o Google quanto a Microsoft têm uma ambição maior: construir um assistente virtual que responda a perguntas médicas de pacientes de todo o mundo. Isso seria particularmente útil em áreas com recursos limitados. Isso foi evidenciado em documentos da empresa.
Os rivais da Google agiram rapidamente para incorporar os avanços da IA nas interações com os pacientes. A Microsoft, por exemplo, se uniu à empresa de software de saúde Epic para criar ferramentas que podem redigir automaticamente mensagens para pacientes usando os algoritmos por trás do ChatGPT.
Médicos e executivos de saúde concordam que programas como o Med-PaLM 2 ainda precisam de mais desenvolvimento e testes antes de serem usados para diagnosticar pacientes e sugerir tratamentos. Portanto, enquanto a IA tem um grande potencial para revolucionar a saúde, a prudência é a chave na implementação dessas tecnologias.
Contudo, pesquisadores do Google reportaram que os médicos que revisaram as respostas fornecidas pelo Med-PaLM 2 preferiram as respostas do sistema àquelas produzidas por seus colegas em oito das nove categorias de avaliação definidas pelo Google.
Por outro lado, o programa Med-PaLM 2 apresentou um teor maior de conteúdo impreciso ou irrelevante em suas respostas, sugerindo que ainda precisa superar desafios similares aos de outros chatbots. Assim, mesmo com avanços impressionantes, o Med-PaLM 2 ainda é um trabalho em andamento.
Nesse contexto, especialistas em ética médica alertam para a necessidade de educar os pacientes sobre o uso de seus dados de saúde por ferramentas de IA. Essas conversas devem ser humanizadas, permitindo aos pacientes compreender totalmente o impacto dessas novas tecnologias em sua assistência médica.
Os futuros da saúde e da tecnologia estão cada vez mais interligados, com gigantes como Google e Microsoft liderando o caminho. A implementação de IA no setor médico é uma realidade inegável, com um potencial transformador para a assistência ao paciente. No entanto, a evolução dessas tecnologias deve ser acompanhada de perto para garantir a eficácia e a segurança de todos os envolvidos.