A tentativa da Microsoft de adquirir a Activision Blizzard, no valor de 75 bilhões de dólares, enfrentará um grande teste nesta quinta-feira (22). A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) busca uma liminar que impediria a conclusão da megafusão antes de uma audiência marcada para agosto.
O caso, que será ouvido pela juíza distrital dos EUA Jacqueline Scott Corley, representa um teste significativo para a abordagem mais agressiva do governo Biden à aplicação da lei antitruste, conforme relata o Wall Street Journal.
A FTC solicita uma liminar temporária que impediria a Microsoft e a desenvolvedora de videogames Activision de concluir o acordo antes da audiência de agosto.
As duas gigantes tecnológicas planejam seguir com a fusão enquanto buscam aprovação regulatória, com um prazo para fechar o negócio no próximo mês.
Uma decisão favorável à FTC poderia condenar a fusão e ter implicações duradouras para a indústria da tecnologia. Caso contrário, a FTC pode optar por desistir de contestar a fusão ao invés de arriscar estabelecer um precedente desfavorável.
A fusão foi aprovada por reguladores da União Europeia, China e outros mercados. No entanto, a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido bloqueou a transação em abril, após uma investigação de meses.
A juíza Corley está programada para iniciar uma audiência de vários dias para considerar a liminar da FTC. Executivos da Microsoft, Activision, Nintendo, Nvidia e Google da Alphabet testemunharão, além de uma série de testemunhas especializadas.
Espera-se que Jim Ryan, chefe do negócio de videogames do Sony Group, também preste depoimento por vídeo. A Sony, cujos consoles PlayStation competem com os consoles Xbox da Microsoft, está entre os maiores críticos do acordo.
Em dezembro, a FTC entrou com um processo para bloquear o acordo, argumentando que seria ilegal, pois daria à Microsoft a capacidade de controlar como os consumidores, além dos usuários de seus próprios consoles Xbox e serviços de assinatura, acessam os jogos da Activision.
Por outro lado, a Microsoft e a Activision alegam que o acordo aumentaria a concorrência na indústria global de videogames. A Microsoft se comprometeu a tornar jogos populares da Activision, como “Call of Duty”, igualmente acessíveis a fabricantes de console rivais e empresas de jogos em nuvem por um período de 10 anos.