Jogo disponibilizado pela CAPCOM Brasil

Primeiramente, gostaria de agradecer à Capcom por enviar o jogo e possibilitar esta análise.

Kunitsu-Gami tem uma proposta diferente, sendo um jogo no estilo hack and slash e, ao mesmo tempo, estratégia em tempo real. Mesmo com esses dois modelos de jogabilidade bastante distintos entre si, o jogo ainda consegue entregar um nível de profundidade e complexidade agradável em ambas as partes.

História

A premissa da história é bastante simples e direta. Uma aldeia sofre com ataques frequentes de entidades malignas, que, além de corromperem tudo por onde passam, alterando a paisagem e corrompendo animais, também conseguem aprisionar os aldeões em estruturas bizarras.

Na história, acompanhamos Yoshiro, uma sacerdotisa responsável por realizar rituais que protegem as pessoas da região contra os ataques das criaturas, e seu guardião, encarregado de proteger Yoshiro. Durante um dos rituais, algo dá errado, e uma horda gigantesca de espíritos invade a montanha e o santuário. Mesmo com a ajuda do guardião e de alguns aldeões, não foi suficiente para conter o avanço das criaturas, que eventualmente tomam o templo, forçando todos a fugirem para a base da montanha.

O objetivo principal da história é alcançar novamente o topo da montanha, chegar ao santuário e conter a crise, purificando a área e salvando as pessoas que foram capturadas.

Jogabilidade e mecânicas

Por misturar dois modelos de jogabilidade bastante distintos, o número de mecânicas disponíveis é grande, e seria impossível falar de todas aqui. Portanto, vou pontuar as que considero mais importantes para o entendimento básico do jogo.

O objetivo básico das missões é proteger a sacerdotisa até que ela chegue ao final da fase para purificar o portão e liberar a área. Durante todo o percurso, passamos por um ciclo de dia e noite. Durante o dia, é o momento de coletar recursos, preparar as tropas e criar estratégias. Durante a noite, os espíritos saem pelo portão e avançam em direção à sacerdotisa.

No jogo, controlamos o Guardião, que usa sua espada para atacar os inimigos, ao mesmo tempo em que podemos designar ordens para os aldeões que salvamos durante as missões.

Na parte do combate, não há muito segredo: podemos realizar uma sequência de ataques básicos e combos utilizando um segundo botão. Os combos variam dependendo de quantos ataques básicos foram usados antes. Também há algumas habilidades especiais que podem ser usadas após estarem completamente carregadas; essas habilidades podem ser tanto ofensivas quanto defensivas, oferecendo dano bruto ou buffs para o protagonista e os aldeões.

Na parte estratégica, as coisas são um pouco mais complexas. Durante as missões, podemos libertar vários aldeões que nos ajudam no combate e na defesa de Yoshiro. Esses aldeões, ao serem libertados, ainda não podem lutar. Para liberar essa opção, precisamos primeiro atribuir funções a cada um, funções essas que mudam sua forma de lutar durante os ataques.

É importante mencionar que todas as mecânicas citadas podem ser aprimoradas nos acampamentos, que são liberados após purificarmos uma região.

Estilo Artístico

O jogo se apoia 100% na cultura japonesa, tanto no design dos personagens quanto nos cenários e no HUD. Infelizmente, por ser tão estilizado, acaba confundindo um pouco no momento da navegação pelos menus.

No geral, o jogo tem uma qualidade gráfica boa; folhagem e efeitos de iluminação são pontos que devem ser destacados. As texturas não têm uma qualidade tão elevada, mas não deixam a desejar.

A física do tecido e a movimentação dos personagens também merecem certo destaque.

Problemas de desempenho

Durante minha experiência, tive alguns problemas de desempenho. O primeiro foi a quantidade absurda de VRAM exigida para rodar o jogo na melhor qualidade, sendo necessário mais de 8 GB de VRAM para habilitar tudo. Portanto, se seu computador tiver uma placa com pouca memória disponível, o ideal seria jogar com as configurações no médio.

O segundo foram algumas quedas de quadros que enfrentei nos primeiros momentos de jogo, mas que duraram apenas até o final da primeira fase; depois disso, o jogo rodou suavemente.

Kunitsu-Gami Path Of The Goddess

Kunitsu é um jogo ousado e, de certa forma, bem inovador, apresentando mecânicas que agradarão tanto aos jogadores que preferem focar na parte estratégica quanto àqueles que preferem a pancadaria franca.

Seu estilo artístico é bem único e se destaca pela riqueza de detalhes em cada fase, mas toda essa beleza acaba prejudicando um pouco a navegação pelos menus e exige bastante da máquina de quem está jogando.

No geral, o jogo é interessante. Apesar dos problemas que tive durante minha experiência, nenhum deles foi suficiente para diminuir minha vontade de jogar e explorar as novas mecânicas que eram inseridas a todo momento.

7.5