O nome KATAMARI sempre teve um impacto considerável no universo dos games. É um título tão forte que, mesmo sem nunca ter jogado, eu já o conhecia. Cheguei a ver referências e sátiras em diversos lugares, incluindo no programa MAD (Episódio 54 “Franklin and Crash).
Para ter uma base sólida antes de me aventurar neste novo lançamento, busquei vídeos e informações sobre KATAMARI Damacy (o título anterior que deu origem à série) e percebi que o amor pelo original é quase absoluto, com os fãs falando sobre o jogo com muita paixão.
Todo esse burburinho, no entanto, ocorreu há cerca de 14 anos. Os fãs do jogo original, que na época poderiam ter 6-7 anos de idade, hoje já são adultos na faixa dos 20 e poucos anos. Levando isso em consideração, a questão é: será que este novo título, Once Upon A KATAMARI, foi lançado pensando neles? Acredito que ele funcione tanto como um resgate e um presente para os fãs de longa data quanto como uma porta de entrada para novos jogadores, como eu.
O jogo é reconhecido mundialmente por sua jogabilidade simples, mas extremamente satisfatória. Sua estética visual, mil por cento nipônica, é inegavelmente atraente, e a trilha sonora complementa perfeitamente, transmitindo aquela vibe fofa e, ao mesmo tempo, psicodélica do Japão. Pelos vídeos que assisti, percebi que este novo game manteve o charme clássico, mas trouxe adições modernas e manteve aquele senso de humor “quebrado” (ou seja, peculiar e surrealista) que, com certeza, vai gerar boas risadas.
O desenvolvimento ficou a cargo da RENGAME e a publicação sob a grandiosa Bandai Namco. O lançamento está programado para o dia 24 de outubro de 2025 e estará disponível para PlayStation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC (Steam). Eu não compreendo por que não foi lançado para a antiga geração (PS4/Xbox One), considerando que os gráficos são bem básicos e os cenários têm bastante coisas, mas não o suficiente para travar em um HD.
História
Como nos títulos anteriores, a história é intencionalmente simples, servindo mais como um pano de fundo cômico e absurdo para que a mágica da jogabilidade aconteça.
Aqui, o Rei de Todo o Cosmos, fiel ao seu costume de cometer desastres, acidentalmente destrói a Terra, a Lua e várias estrelas ao manusear um pergaminho. A nossa missão, enquanto jogadores, é consertar o universo, controlando o Príncipe (ou um de seus inúmeros parentes). O objetivo principal é o mesmo: rolar a Katamari (uma bola mágica que gruda e incorpora tudo o que toca), mas agora através de diversas eras históricas – como a Era Jurássica, o Japão Feudal e o Velho Oeste – para coletar objetos e restaurar o céu estrelado. Essa foi o meu entendimento da história, já que o jogo não possui legendas em PT-BR e minhas “skills” de “bilíngue” não são lá essas coisas.
Jogabilidade e novos sistemas






A gameplay segue aquela mesma mecânica de rolar e crescer (aumentar o tamanho da Katamari coletando objetos cada vez maiores) e que permanece bem viciante. No início, aprender os controles foi bem desafiador, já que você precisa controlar a partir dos dois analógicos e minha coordenação motora foi posta à prova. Quase tive um derrame (brincadeira) em alguns momentos, tentando virar o personagem de um lado para o outro. Fiquei até preocupado com meu controle, de tanta força que eu fazia para ele virar para o lado.
Na questão das novidades, agora com a viagem no tempo, são introduzidas novas fases temáticas, ambientadas em diferentes eras, cada uma com um level design e vários itens exclusivos para rolar. Temos também a introdução de power-ups estratégicos, como o Ímã (que atrai itens menores à Katamari à distância) e um power-up que congela o tempo e te dá um respiro para pensar no próximo passo. Mas, mesmo com essas adições, o jogo a longo prazo fica bem repetitivo.
Algo novo que pode agradar muitos jogadores é a personalização de cores e expressões faciais do Príncipe e de seus 68 primos, e roupinhas para estilizar bem o seu personagem. O jogo também tem um novo modo de competição para até quatro jogadores (online ou contra a CPU), focado em rolar a maior Katamari possível dentro do tempo. Eu testei por um breve momento essa funcionalidade, mas acredito que, com amigos, seja bem divertido de jogar.
Como eu já comentei acima, a direção de arte, pelo que eu vi nos vídeos, permaneceu a mesma, com aquela estética nipônica, excêntrica, colorida e de baixo polígono da série. Isto é ainda mais notável agora que temos diversos cenários, cada um com sua particularidade e seu level design, desde saloons do Velho Oeste, antigos vilarejos do Japão feudal ou até mesmo florestas pré-históricas. Uma coisa que vale ressaltar é o estilo gráfico: não mudou absolutamente nada. Fiz um comparativo (por vídeos mesmo) do título anterior, lançado para o PS2, e quase não vi grandes diferenças. Isso pode ser uma estratégia para trazer aquela familiaridade para os jogadores antigos.
O que mais me chamou a atenção foi a trilha sonora do game. O jogo conta com uma trilha sonora fabulosa e muito viciante. Posso dizer que ela cativa bem o jogador nas fases e eleva os ânimos.
- Jogo disponibilizado pela Bandai Namco Brasil
Once Upon A KATAMARI
Once Upon A KATAMARI com toda certeza vai agradar aqueles que jogavam por horas o Damacy e talvez consiga conquistar alguns novos fãs para a franquia. O jogo é extremamente viciante e tem seu charme próprio. O jogo pode escalar de 0 a 100 em alguns minutos de partida: você começa rolando baratas e, quando vai ver, já está rolando homens, mulheres e animais em uma bolota gigante. Eu me senti bem satisfeito sendo um “besouro rola-bosta” em diversas épocas históricas. Minha primeira impressão com o título não poderia ser mais positiva. Gostei bastante do que experimentei e pretendo jogar o título anterior. Sinto, com os vídeos que assisti, que, de certa forma, o jogo teve sua evolução e manteve 100% da sua essência, e acredito que a série ainda tem fôlego para uma nova geração de jogadores.
