A primeira vista Persona pode causar certa estranheza para quem nunca jogou ou não está familiarizado com a série de RPGs da Atlus, empresa essa que é subsidiária da grandiosa Sega.

Mas você que está aqui certamente deseja saber se o remake da série vale ou não investir o seu tempo e suado dinheirinho nele. Vamos então descobrir os principais aspectos de gameplay e outros detalhes do game.

OBS: Essa análise não contém spoilers, portanto pode ler sem medo de ter sua experiência manchada por alguma coisa que deveria ser segredo.

Jogabilidade

A série Persona se trata de JRPGs de turno, mas como qualquer RPG de turno a série não tem nenhuma mecânica que te faça quebrar a cabeça em infindáveis manobras para conseguir efetuar um ataque majestoso ou algo do tipo.

A curva de aprendizado do jogo foi bastante refinada e calibrada pra atender aos jogadores mais assíduos de jogos de RPG por turno como também aos novatos nesse gênero.

Temos sempre em nossa party jogadores com características únicas que distinguem bem uns dos outros, e assim você pode montar um estratégia de acordo com o jeito que você gosta de jogar, ou da maneira que você gostaria de ter a batalha conduzida. Nas batalhas o que sempre manda é o quão eficiente será a sua estratégia para vencer determinados tipos de inimigos e chefes. As batalhas não aleatórias, portanto se você quiser evitar uma é fácil de fazê-lo, e isso é um bom aspecto para quem está jogando a série pela primeira vez e sente aquele medinho de que talvez entrar em uma luta não seja boa ideia.

Nessa série nós presenciamos mecânicas de jogos no estilo Graphic Novel, o que é bastante interessante, pois, o decorrer do tempo e dos acontecimentos são ditados pelo calendário do mundo real, nós começamos a aventura no mês de abril de 2009, e assim vamos passando dia após dia com o decorrer dos acontecimentos, e essa mecânica traz o ritmo de evolução tanto do personagem como das mudanças no mundo do game.

Vale ressaltar que o jogo não se apoia única e exclusivamente no desenvolvimento do seu personagem de forma isola, pois uma das mecânicas presentes no jogo são os atributos sociais que fazem melhorar o protagonista, mas também dita coisas que podem ou não acontecer por você ter ou não determinado atributo social evoluído ou não.

É muito interessante que o jogo te dá opções de melhorar seu personagem e sua Persona de acordo com seus vínculos sociais dentro do jogo, as personas são como Stands do anime JoJo para exemplo, são elas que determinam como seu personagem se comporta, ou qual o foco de habilidades que terá a disposição durante as batalhas, vale lembrar que cada vínculo social gera vantagens para algum determinado tipo de persona, mas o jogo não te limita em momento algum em como ou quantas personas você decide evoluir, e esse é um aspecto muda bastante as interações e possibilidades dentro do jogo. Os personagens que você decide ou não se relacionar podem evoluir o relacionamento até ao ponto de gerar melhores amizades ou relacionamentos amorosos, isso fica a critério do jogador, você quem decide qual o melhor vínculo tanto para batalhas quanto para o seu gosto pessoal se assim desejar.

Direção de arte

Os gráficos do jogo em si não são focados no hiper-realismo ou qualquer coisa do tipo, o foco visual do jogo é trabalhar em cima de uma fantasia escolar com o aspecto animê.

A direção de arte do jogo foca em trazer belos traços de anime para os personagens principais e secundários, dando uma sensação de imersão ao jogador que é impar e poucas vezes visto na indústria, por muitas vezes o jogador vai se deparar com a sensação de estar vivenciando um anime enquanto joga, ou sentir que faz parte desse anime.

O mundo do jogo também trabalha muito bem esse aspecto, todas as áreas possíveis de se explorar no jogo carregam os aspectos artísticos e visuais da cultura japonesa dentro de um anime, e esse ponto para os amantes da cultura japonesa é algo ímpar, tudo dentro do jogo conversa bem com a linha tênue entre realidade e ficção sem fazer o jogador perder o foco de que tudo se trata de um jogo, e assim temos uma fórmula de imersão que cativa e impulsiona o jogador a não parar e querer saber mais sobre a história do game.

No geral os gráficos e desempenho do jogo não desapontam em momento algum, mesmo em momentos de maior intensidade nas batalhas o desempenho se mantem sempre estável sem quedas de quadros. Gráficos simples, porém, a Atlus soube usar muito bem a direção de arte para fazer com que o jogador não se importe com falta de realismo no caso dos mais críticos.

História

A história do jogo não é uma simples novelinha para entreter adolescentes que desejam apenas matar o tempo, ou procuram algo sem qualquer tipo de mistério ou reviravolta. Nesse jogo a história aborda temas bastante complexos como o suicídio entre outros, dessa forma ela sempre está ligada a algo da vida real, e o jogador sempre se depara com um novo “por quê?” e sempre que essa questão surge a história se desenrola num novo acontecimento que ao mesmo tempo que te prende te desafia a conseguir encontrar a solução ou a resposta para o novo problema.

O jogo conta com vários acontecimentos que desencadeiam novos relacionamentos, reviravoltas e até emoções, o maior diferencial de Persona para outros jogos se trata de colocar o jogador numa rotina escolar, precisando prestar atenção em aulas e acontecimentos, para que a história continue seu conto, porém sem spoilers para não estragar a experiência de ninguém até que jogue pelo menos um pouco do game experimente o que ele tem a oferecer.

Vale a pena?

Esse deve ser o maior questionamento de quem procura saber mais do jogo, então vou pontuar alguns aspectos do game que devem ser considerados por você caro leitor:

  • O jogo mistura bem realidade com ficção num mundo fantasioso no estilo anime
  • A cadência do jogo não é ágil como um MMO, mas é satisfatória por não se tratar apenas de combates
  • Cada diálogo conta muito para o entendimento da história e desenvolvimento dos personagens
  • Tudo no jogo exala muita cultura japonesa
  • Mecânicas simples de gameplay mas que tem impacto direto na experiência do jogador.

Se você gosta de pelo menos 3 destes aspectos, então sim, o jogo vale muito a pena pra você, ele não se trata de um jogo para experts em JRPGs de turno, portanto se você for novato no gênero sua experiência será tão agradável como a de qualquer outro jogador mais experiente.

Persona 3 Reload

O jogo todo apresenta imersão, diversão, belo trabalho de polimento tanto visual quanto no que tange a acessibilidade por trazer tradução total ao nosso idioma, algo que deveria ser padrão porém ainda não é na indústria.
Portanto o jogo merece nada mais nada menos que 9.5 pela qualidade entregue e por ser uma experiência tão genuína e gratificante para públicos distintos nos RPGs.

9.5

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