Algumas informações sobre a leitura a seguir:
- Você pode encontrar alguns spoilers do game aqui
- Eu falo um pouco da minha experiência com a “franquia” Souls
- Trata-se de um texto principalmente sobre Elden Ring, mas ele tem menções de outros games da FromSoftware
- Não se trata de uma análise, é apenas uma reflexão
Quando o game parece ter sido feito para você…

Eu amo os jogos da FromSoftware, em especial Elden Ring, e sou completamente maluco por esse jogo. Tenho umas 400 horas divididas entre Steam e PS5, com vários personagens criados, já zerei várias vezes… e o mais engraçado é que o tempo passa, mas a vontade de voltar pra ele nunca some. É como se eu não conseguisse ficar longe, uma voz entra pela minha cabeça oca e diz…

Foul Tarnished, in search of the Elden Ring. Emboldened by the flame of ambition. Someone must extinguish thy flame. Let it be Margit the Fell
Aqui estão alguns personagens que criei na versão da Steam e de PS5, e eu sou o tipo de pessoa que odeia ir atrás de conquistas em jogos, mas aqui eu precisei ir atrás, foi bem divertido, e um pouco trabalhoso também, mas valeu a pena.




E sabe o que é pior? Desde 2022, nunca mais testemunhei algo tão incrível quanto ele… (Exceto Baldur’s Gate 3, esse chegou bem perto). Acho que minhas platinas tanto na Steam quanto no Playstation e meus “muitos” personagens criados me dizem um pouco sobre como sou maluco por esse jogo…
E não para por aí: tenho livros de arte, action figures, a mídia física… e ainda vou comprar essa droga de jogo no Switch 2 pra jogar tudo de novo a 15 fps. Eu tô maluco! Mas aí você me pergunta:
“Griffith, Elden Ring é tudo isso mesmo?”
E eu te respondo: pega na minha (CENSURADO).

Nesse mundo, certas coisas parecem ter sido feitas pra você, e Elden Ring parece ter sido feito pra mim. Sempre fui o tipo de criança que amava filmes de terror, jogava jogos violentos, lia mangás em vez de quadrinhos e era fascinado pelo sobrenatural. Isso me transformou na pessoa que sou hoje, e temas de dark fantasy sempre chamaram minha atenção…

Temas medievais mais obscuros, onde temos aquela sensação de um mundo impossível de existir, onde deuses são de carne e osso, andam entre os mortais e comandam exércitos enormes combatendo dragões e gigantes… e tudo isso parece vir de uma era que não podemos mais alcançar. Mesmo que tivesse existido, seria inalcançável, uma espécie de era dos heróis, era das fábulas, ou como você quiser chamar. Construções enormes que quase tocam os céus, árvores gigantescas maiores do que cidades inteiras… segredos que talvez nunca iremos encontrar.
Level Design e sentimento de descoberta

Em cada caverna, dungeon ou castelo que você entra, sempre haverá algo para descobrir, nem que seja a sua própria punição, mas nunca será em vão.
E sabe o que é mais incrível? O design do jogo. Ele é simplesmente fantástico. Muita gente se perguntava: “Como é que um Souls de mundo aberto vai dar certo?” Pois deu certo, e muito. O jogo fugiu daquele esquema monótono do Ubilike, com mapas poluídos de ícones, como se o desenvolvedor estivesse desesperado para que você visite todos os malditos lugares que ele criou. Já na From, apenas 20 ou 30% dos chefes são obrigatórios para terminar o jogo, você nem precisa explorar tudo para vencê-los. E ainda tem muitos locais que talvez nunca vá achar, nem que você jogue tudo de novo por umas duas vezes, te garanto que ainda é possível não encontrar todos os segredos escondidos de Elden Ring.

Você explora porque o jogo te faz querer explorar. E ele faz isso da forma mais simples: você olha para uma montanha e pensa “o que será que tem lá?”. Aí você encontra uma caverna, entra nela e descobre que ela é enorme. Dentro dela, há uma parede invisível. Você quebra. Atrás dela… outra parede invisível. E essa leva para um lugar que parece um mundo inteiro debaixo da terra.
Esse é o tipo de sentimento mais incrível que você pode ter em um jogo: o sentimento de descobrir algo escondido. E pronto. É tão simples e, ao mesmo tempo, tão raro hoje em dia. Estamos cercados de empresas preguiçosas que lançam seus jogos incompletos e cheios de problemas, que quando aparece algo assim, tão simples e tão bem-feito, ele se destaca. Porque é diferente.

A FromSoftware é uma empresa estranha. Seus jogos são focados em dor e sofrimento, e, em certos casos, abordam temas extremamente tristes. Vou dar alguns exemplos: a ideia da solidão, de que você é o escolhido para salvar o mundo de uma era de trevas e escuridão… e depois, em outro jogo, que se passa eras mais tarde, os antigos heróis já foram esquecidos, e toda essa ideia de “salvar o mundo” está desmoronando. A esperança já acabou. As pessoas se recusam a continuar com essa loucura. Aliás, o próprio mundo implora para terminar. A ideia de que tudo precisa ter começo, meio e fim acaba sendo mais do que apenas um jogo para muitos.

E algo bem triste: no terceiro jogo, há indícios de que, no primeiro, mesmo que você tenha escolhido não vincular a chama para salvar o mundo, outro hollow foi lá e fez isso. Ou seja, você não é especial, é só mais um entre milhares de hollows vagando pelo mundo decadente de Lordran.

A dificuldade é necessária
A dificuldade, ah, sim, um tópico sensível. Eu entendo. Mas não se preocupe, serei breve sobre isso. Ainda assim, é um tema necessário. Inclusive, a dificuldade em Souls é essencial. A ideia por trás desse tipo de jogo é simples: perseverança. Eles falam sobre cair e levantar, apanhar e não desistir. É simples, e esse é um dos motivos pelos quais muitas pessoas conseguiram vencer a depressão e superar momentos difíceis em suas vidas, muito graças a esse tipo de jogo. Você pode encontrar vários depoimentos na internet falando sobre Bloodborne, Dark Souls e até Elden Ring, todos com a mesma ideia: de que, apesar da dificuldade e do mundo quase completamente hostil, (quase parece a vida real nesse sentido né) esses jogos fizeram muitas pessoas entenderem que existe um sentido na vida. Que nada é fácil, e que cabe a nós não desistir, porque não importa o tamanho do desafio, porque em algum momento, podemos vencer. Como é dito nesses mesmos fóruns: NEVER GO HOLLOW!

Por esse tipo de sentimento, sempre que vejo alguma empresa tentando embarcar na onda dos Soulslike, sempre me pergunto: será que eles sabem disso? Será que entendem a ideia por trás da criação desses jogos? A dificuldade é o coração deles, e tudo é baseado no sentimento de que precisamos sofrer para, no fim, poder perseverar e que o sentimento após vencer um inimigo que antes parecia invencível então se torna quase indescritível.

Parece até engraçado falar isso, considerando tudo o que descrevi sobre a construção desses mundos, mas a ideia é justamente essa: vencer o impossível. E Elden Ring é esse tipo de jogo. Enfrentamos monstros, homens, gigantes, deuses… não importa. Podemos vencer. E isso é tão incrível que várias pessoas talentosas decidiram criar artes, fantasias, posts, threads, vídeos, e até este texto que você está lendo, para expressar como se sentem em relação a esse universo tão fascinante que conhecemos como Soulslike, e aqui nesse momento, em especial: Elden Ring.

Personagens memoráveis em um mundo cruel
Hidetaka Miyazaki criou vários mundos cheios de histórias incríveis e personagens intrigantes, que nos mostram que, às vezes, precisamos de ajuda para enfrentar certos desafios, como é o caso de Solaire ou Siegmeyer, alguns dos poucos personagens que realmente tentam nos ajudar em um mundo onde quase tudo tenta nos punir. Isso faz com que eles se destaquem tanto, que é praticamente impossível jogar certos títulos e não se lembrar da presença desses NPCs, especialmente do famoso Patches, talvez o personagem mais icônico da franquia Souls.

Em Elden Ring, temos muitos personagens memoráveis que não apenas nos ajudam, mas que também podem se tornar nossos inimigos, caso escolhamos caminhos opostos aos que eles acreditam. E isso é tão incrível que chega a ser mágico…
Vou citar alguns: Melina, ela sempre nos guiará para nos tornarmos o Elden Lord, mas, se decidirmos pôr fim ao mundo ao aceitar a filosofia da Chama Frenética, de que tudo já acabou e não vale mais a pena buscar a salvação, então Melina fará um juramento: que devemos ser destruídos.
Ou mesmo a bruxa Ranni, que busca governar, e para isso podemos servi-la. Existem tantos outros NPCs, como Millicent, Rogier, Sellen, Dung Eater, Roderika… São tantos nomes, e cada um com seu destino, que pode ser mudado graças a você e às suas decisões.

Conquistando seu espaço…
E, há pouco tempo, no dia 28 de abril, para ser mais exato, Elden Ring alcançou a incrível marca de 30 milhões de unidades vendidas!

É um marco para a FromSoftware e para o gênero Soulslike como um todo. Isso mostra que as pessoas realmente abraçaram a ideia. A parceria com George R. R. Martin deu frutos. Jamais imaginei que o jogo faria tanto sucesso e realmente furaria a bolha. Fico muito feliz com isso.
Elden Ring é, até o presente momento em que escrevo este texto, o jogo mais premiado da história e não é à toa. A construção de mundo, a ousadia e os riscos aplicados ao seu desenvolvimento valeram a pena. Sua narrativa única no mercado intriga milhões de pessoas ao redor do mundo; seu combate sem igual vicia o nosso cérebro ao estimular a liberação de dopamina; e o sentimento de orgulho ao derrotar aquele chefe difícil é a combinação perfeita para uma receita de sucesso.


Sou extremamente grato aos desenvolvedores, pois, hoje em dia, muitas pessoas se tornaram fãs de outros jogos da franquia justamente por terem conhecido Elden Ring. Tenho com quem conversar sobre a lore, os inimigos, e compartilho muitos interesses em comum com essas pessoas. É um momento muito feliz em relação ao meu gosto pessoal.
Inclusive, estou compartilhando minha conta do PlayStation 5 com um amigo e acompanhando a jornada dele na DLC Shadow of the Erdtree. Está sendo incrível, ele está amando o jogo novamente, e eu acabei reinstalando para jogar mais uma vez por causa disso.
Esse é, definitivamente, o tipo de game bem raro que promete o mundo… e ainda consegue entregar mais do que prometeu.

O combate sem igual
Nos games da franquia Souls, algo é unanimidade entre os fãs: os chefes são incomparáveis na indústria atual. A sensação de criar sua build, customizar seu personagem e deixá-lo pronto para enfrentar qualquer chefe e, independentemente da dificuldade, poder vencê-lo é algo indescritível.
Vou citar alguns nomes, e acredito que eles possam até causar arrepio, felicidade, risos ou até medo, caso você os conheça… Ludwig, The Holy Blade; Artorias of the Abyss; Soul of Cinder; Nameless King; Malenia; Messmer; Penetrator; e o temível Patches, em Elden Ring!
Você precisa conservar sua barra de energia (stamina), ter um limite de itens de cura e, na maioria das vezes, enfrentar ataques que, à primeira vista, parecem impossíveis de existir, tudo isso com uma barra de vida bastante limitada em comparação à dos chefes. É necessário criar uma build que te ajude a derrotá-los, e cabe a você desenvolver suas próprias estratégias.

Ah, claro, você pode chamar um amigo para ajudar ou até mesmo contar com o auxílio de NPCs. O jogo geralmente é difícil, mas sempre te oferece todas as ferramentas necessárias para alcançar o sucesso. Em Elden Ring, isso é amplificado, pois temos a possibilidade de invocar o famoso “Mímico”, um espírito controlado por IA que copia sua build e é poderoso o suficiente para ajudar contra os inimigos.

Mas não pense que o Mímico torna o jogo extremamente fácil. Tudo foi cuidadosamente planejado para que haja balanceamento. Talvez, entre todos os Souls da FromSoftware, Elden Ring seja o mais difícil, sua curva de aprendizado é a mais alta, e ele possui, junto de Dark Souls III, os chefes mais marcantes, na minha opinião.
Os chefes dos games da From são dos mais variados tipos: monstruosidades que parecem vir de outro mundo; guerreiros caídos que outrora falharam na mesma missão que hoje você tenta completar; deuses que desejam punir o mundo; ou até mesmo pessoas boas que tentam te impedir de seguir o mesmo destino trágico que elas tiveram…

Do topo de montanhas colossais, passando por castelos majestosos, pântanos grotescos ou a escuridão sinistra do Abismo, não importa. Você atravessará eras e testemunhará tudo o que a mente insana e distorcida de Hidetaka Miyazaki nos proporcionou.

Tudo isso nasceu da mente de uma criança que cresceu em um lar sem videogames, apenas com mangás fantasiosos, e outros tipos de mídia sem ser vídeogame, era uma família bastante restrita. Ainda assim, foi só mais velho que Miyazaki conseguiu testemunhar a beleza dos jogos e talvez seja por isso que sua visão seja tão única e até perturbadora para alguns. E fico feliz por isso. As mentes mais sedentas criam as fantasias mais incríveis que já vimos.

“Hidetaka Miyazaki: Quando eu era criança, não tive a oportunidade de jogar videogame em casa, só fui ter esse contato quando cheguei à universidade. Esse é um dos motivos pelos quais acho difícil dizer quais games mais joguei na infância. Entretanto, eu jogava jogos de tabuleiro e cartas, e um dos meus favoritos era Sorcery! (também conhecido como Steve Jackson’s Sorcery!). Eu rejogava aquele jogo o tempo todo. Mesmo não sendo um videogame, foi definitivamente um dos jogos que teve um impacto significativo em mim.”

Trilha sonora divina
Os games da From Software sabem fazer algo muito bem, e esse algo é a trilha sonora, basta abrir um dos jogos da empresa e o processo é alto explicativo, mas ainda assim acho que vou deixar só esse pequeno techo aqui embaixo e você vai entender do que estou falando:
O sucesso traz frutos…
Com o enorme sucesso de Elden Ring, era esperado que teríamos uma continuação e, nesse caso, ela veio em forma de uma DLC que mais parece uma expansão. Seu nome é Shadow of the Erdtree.
Nessa expansão, somos levados para uma espécie de submundo, que fica (ao menos na minha cabeça) abaixo dos reinos do jogo principal, como um lugar que funciona como uma prisão, ou um domínio de onde as pessoas são proibidas de retornar para Limgrave e os demais reinos sob o poder da Ordem Áurea de Marika. Ou talvez seja outra realidade… De fato, não consigo explicar, sou apenas um camponês, me perdoem, lore keepers.
É nela que temos a continuação da história, onde precisamos perseguir Miquella e podemos até nos juntar aos membros de seu bando. Trata-se de uma aventura longa, cheia de mistérios, locais incríveis e novos inimigos ferozes, como Messmer, Rellana e o icônico Leão Dançante.
Shadow of the Erdtree foi tão surreal e acima da média que chegou a concorrer nas categorias de Jogo do Ano no The Game Awards em 2024, o que gerou bastante polêmica. Afinal, será que os outros jogos daquele ano eram realmente bons o suficiente para competir com ela? ou o fato de alguém fazer uma DLC com mais conteúdo e qualidade que vários games lançados no mesmo ano é um problema? A DLC não venceu o grande prêmio, mas não se engane, só o fato dela estar ali, já é um grande prêmio…
Fica o pensamento: quando algo é bem feito e possui qualidade, as possibilidades são inúmeras.

“A noite caiu sobre nós. Agora, chuvas fortes recaem sobre a região, ameaçando apagar sua história, O Senhor da Noite não descansa enquanto destrói as Terras Intermédias de tal forma qual ela não possa nem ser reconhecida”
Algo diferente aconteceu: em 2025, tivemos o lançamento do primeiro jogo multiplayer da FromSoftware, Elden Ring: NightReign, mais um título ambientado no universo de Elden Ring e agora com o objetivo de testar novas águas, além de expandir a IP da FromSoftware.
Trata-se de um jogo “polêmico” para os fãs antigos da franquia Souls, mas apenas pelo fato de ser online, nada além disso, afinal, o foco da From sempre foram jogos singleplayer, e não acho que isso tenha mudado, mesmo com o anúncio de The DuskBloods, exclusivo com foco em PVP para o Nintendo Switch 2.

Um pouco mais sobre NightReign: no game você e mais dois condenados precisam enfrentar o Rei da Noite para salvar o mundo da destruição total. Para isso, é necessário se fortalecer enquanto foge da chuva mágica que destrói tudo o que toca. Neste roguelike, a proposta é clara: te punir. E posso dizer, eu amo essa ideia.
Além disso, o jogo conta com skins belíssimas para os personagens, muitas delas fazendo referência a nomes conhecidos de outros jogos da franquia. Vários chefes icônicos também aparecem no game, já que a proposta envolve guerreiros de eras diferentes sendo enviados a Limveld, com o objetivo de conquistar sua liberdade ao derrotar os Senhores da Noite.

NightReign é um game extremamente divertido, focado em ser punitivo, mas que traz as batalhas contra chefes mais alucinantes que já testemunhei. E, claro, com aquele toque mágico nas mecânicas que só a FromSoftware sabe fazer…
Caso queria conferir a nossa análise de Elden Ring NightReign, ela está no site do Patobah, que também faz parte do Outlet da SafeZone, e você pode conferir ela aqui:

Vamos parar um pouco de falar sobre NightReign, o foco aqui não é ele, então vamos em frente…

Minha história com Elden Ring…
Eu conheci a franquia Souls há muito tempo. Na época, o jogo mais recente era Dark Souls II. Uma amiga me disse para não jogar, pois seria muito difícil. Eu duvidei dela, baixei o game e resolvi dar uma chance e… odiei os gráficos, aquele filtro de imagem horroroso e que era bem comum na época (O qual eu chamo “carinhosamente” de filtro de cor de mijo). E, como eu não tinha controle na época, estava jogando no teclado, em que o botão para atacar era o direito, em vez do esquerdo. Além disso, o personagem ficava com uma aparência esverdeada depois de morrer, o que me deixava muito irritado. E o pior, eu odiei os chefes, achava eles extremamente feios. Fiz todas as escolhas mais terríveis e erradas que poderia ter feito no jogo e, em poucas horas, desinstalei. É como dizem, talves não fosse o momento certo para adentrar na franquia, apesar de odiar o game na ocasião hoje eu até gosto dele apesar dos seus problemas.

Tempos depois, o novo game havia sido lançado, era o Dark Souls 3, e decidi dar outra chance. E então… a coisa clicou comigo. Eu finalmente entendi a ideia do jogo, sobre o que ele se tratava, e me apaixonei por ele. Simplesmente na ocasião eu joguei sem parar, fazia várias invasões e gostava de interagir com os jogadores que encontrava pelo caminho. Bons tempos. Até virou meu jogo favorito na ocasião desbancando The Witcher 3 que para mim era a coisa mais incrível que já tinha visto até aquele momento.

Comecei a estranhar o fato de que muita coisa se parecia com um mangá que eu gostava, chamado Berserk. Fiquei intrigado, depois de ver no que no game (Dark Souls 3) havia um eclipse solar muito suspeito… pesquisei na internet e descobri que o criador de Dark Souls era fã de Berserk e fazia várias homenagens em seus jogos. Aquilo me cativou instantaneamente, e, a partir dali, não havia mais volta. Eu havia me tornado um fã de fato.

E tempos depois joguei o primeiro game da franquia, Dark Souls: Prepare To Die. E antes mesmo de terminar o game, eu já sabia: essa era a franquia da minha vida…

Porque Elden Ring é tão importante para mim?
Meu jogo favorito antes de Elden Ring era justamente Dark Souls III, e foi difícil tirá-lo do topo e colocar outro game no lugar. Eu sabia que Elden Ring era especial desde o momento em que vi o anúncio na E3, lá em 2021. É difícil esquecer. Meu pai tinha falecido recentemente, cerca de duas semanas antes, e eu estava internado no hospital, com o pulmão comprometido por causa do COVID. Eu estava desanimado com a vida. Mas o simples fato de ter visto, pelo celular, o trailer de gameplay de Elden Ring da E3 me fez ficar feliz, e pela primeira vez me deu vontade de sair do hospital e me recuperar do COVID.
É triste, de fato. E um pouco cômico também. Mas era a única coisa boa que tinha acontecido comigo por um bom tempo, e foi importante naquele momento. Sou grato a esse jogo, porque talvez, se eu não tivesse visto aquele anúncio… não sei o que teria acontecido. Após o anúncio eu passei a comer direito as refeições que a enfermeira trazia, mesmo sem sentir gosto de nada. Aguentei as “espetadas” de injeção e também aquele negócio que eles colocavam na sua mão (acho que era para soro, não sei) e também o uso daquela máscara terrível para respirar, é, a coisa estava feia para mim…

Sentimento de gratidão
Mas tudo que eu disse acima é algo gratificante e que pelo menos até agora valeu a pena. Sou grato a Elden Ring, que é apenas um jogo, e que foi feito por um cara que não conheço e nunca conhecerei, por mais engraçado que pareça. Mas foi o suficiente para me fazer ter vontade de sair daquela situação que mencionei, do hospital, esse é o poder que algo tem, quando aquilo parece ter sido feito para você.
Aqui está a minha coleção de jogos em mídia física da franquia Souls:

E graças a Elden Ring e Dark Souls, hoje tenho uma página no X (antigo Twitter), onde postamos não só sobre os jogos da From, mas também sobre outros games, para pessoas que gostam deles tanto quanto a gente. Com esse carinho pelo jogo, minha página cresceu, fiz novas amizades e portas se abriram. Hoje faço parte da Safe Zone e do Patobah também, e só tenho a agradecer por esse jogo, e claro, pelos grandes amigos que fiz durante esses anos.

Conclusão
Elden Ring é o magnum opus da FromSoftware, o jogo que Miyazaki sempre quis fazer, mas que, anteriormente, não tinha condições financeiras, experiência nem um cargo que lhe permitisse exercer sua visão da forma como desejava. E acredite: mesmo com todo o carinho dos fãs e o sucesso comercial, ele ainda afirmou em uma entrevista que Elden Ring ainda não é o jogo que ele sempre quis fazer.
Elden Ring reúne todos os elementos dos jogos anteriores da franquia, expande tudo o que podemos fazer, e não se trata apenas de montar em um cavalo e enfrentar dragões, ou de poder pular. Trata-se de explorar um universo gigantesco, que parece ter vindo de uma era que não voltará mais.
Elden Ring é o jogo em que você começa como um ninguém, banido, perseguido e desprezado para, no fim, poder quebrar as regras daquele mundo, tornar-se um deus entre os homens… ou simplesmente fazer com que tudo termine em chamas.
Tudo isso me faz amar esse jogo e sempre querer voltar para testemunhar mais uma vez esses personagens incríveis desse universo mágico.

Um desejo para o futuro
Que mais franquias e games incríveis como esse possam surgir! e não precisa ser da FromSoftware, e nem Elden Ring 2, apenas peço que sejam jogos capazes de criar memórias inesquecíveis, que ficarão com a gente por muito tempo. E que com esses jogos possamos fazer novas amizades duradouras, e que abram portas para novos horizontes e oportunidades, assim como foi comigo.

Mas e aí? Você também tem algum game que considera incrível e que parece ter sido feito para você? Conta pra gente!
