Ao passar pela imponente Mansão do Arcebispo, no canto nordeste do Álamo Square Park, em San Francisco, é difícil imaginar que este edifício histórico seja agora o berço de algumas das startups de tecnologia mais promissoras. Alugado inteiramente para o Hacker Fellowship Zero (HF0), um acelerador de startups, este hotel tem sido o lar de bolsistas de 10 startups distintas, onde passam três meses imersos em um ambiente de inovação e criatividade intensas.
Fundado por Dave Fontenot, Emily Liu e Evan Stites-Clayton, o HF0 se viu envolvido em uma mudança súbita de foco – de criptomoedas para Inteligência Artificial (IA). A crescente influência da IA nas startups que passam pela Mansão do Arcebispo reflete uma tendência maior no Vale do Silício. Um setor que anteriormente parecia dominado por startups de criptomoedas, agora vê a IA tomar a dianteira.
O acelerador HF0 é prova viva de que a IA está transformando a forma como as startups operam e inovam. A generosidade da IA, por assim dizer, é que ela oferece oportunidades para uma variedade de empreendedores – sejam eles orientados para a técnica, negócios ou filosofia. À medida que a tecnologia de IA se torna cada vez mais robusta e atraente para os empreendedores, a atenção e os investimentos estão se voltando para startups centradas em IA.
Mas o que está por trás desta mudança de direção? A resposta é simples: a IA, aos olhos de parte dos interessados, oferece uma gama de oportunidades inexploradas. Da automatização de tarefas de negócios tediosas até aplicações voltadas para a psicologia humana, as possibilidades com IA são teoricamente ilimitadas. Até por isso, as startups estão aproveitando o poder da inteligência artificial para criar soluções que podem ter um impacto significativo na maneira como vivemos e trabalhamos.
Por exemplo, a startup Fileread usa a IA para indexar documentos jurídicos e responder a perguntas complexas, enquanto o Thyself oferece “investigação emocional guiada” usando IA. Ambas as startups exemplificam a ampla gama de aplicações de IA que estão sendo exploradas pelas startups do HF0.
É claro que essa explosão de startups de IA está ocorrendo em um local que sempre foi conhecido por abraçar novas tecnologias: o Vale do Silício. Enquanto algumas pessoas estavam preocupadas que o trabalho remoto durante a pandemia pudesse tirar o brilho de San Francisco como o centro das startups, parece que, passada a crise sanitária, a cidade está se consolidando ainda mais como o lugar a estar para quem quer trabalhar com inteligência artificial.
“Se você já é bom em matemática, bom em engenharia e bom em negócios, existem poucos limites para o que você pode fazer”, disse Dave Fontenot. A HF0, como atesta o empreendedor, é prova de que o Vale do Silício está vendo um boom de IA dentro de suas aceleradoras de startups.