Voltar a Rieze Maxia nunca foi tão nostálgico. Tales of Xillia Remastered é o reencontro de uma das histórias mais queridas da franquia Tales of, agora com roupagem moderna e algumas melhorias de qualidade de vida que realmente fazem diferença. O jogo da Bandai Namco nos coloca de volta na pele de Jude Mathis e Milla Maxwell, dois protagonistas que vivem trajetórias distintas, mas entrelaçadas por um mesmo destino.
A narrativa continua sendo o ponto mais forte (e também mais clássico) do jogo. Tudo começa quando o jovem estudante de medicina Jude cruza o caminho de Milla, uma mulher misteriosa que afirma ser a encarnação de Maxwell, o Senhor dos Espíritos. A partir daí, a história mergulha em temas de fé, ciência, sacrifício e o eterno embate entre liberdade e dever. Mesmo tantos anos depois, o enredo continua com aquele tom de JRPG dos tempos de ouro, cheio de reviravoltas e momentos emocionais que constroem vínculos reais com o jogador.
O remaster não muda a estrutura narrativa, mas adiciona pequenas conveniências que deixam a progressão mais fluida (como auto-save e waypoints de destino). É uma boa forma de revisitar esse universo sem o cansaço dos encontros aleatórios ou da repetição desnecessária.
Para novos jogadores, é uma história envolvente; para os veteranos, é uma carta de amor ao passado.
JOGABILIDADE
Se existe algo que envelheceu bem em Tales of Xillia, foi o combate. O sistema Dual Raid Linear Motion Battle System ainda é um dos mais divertidos da franquia (e talvez um dos mais intuitivos até hoje). As batalhas acontecem em tempo real, com cada personagem podendo se mover livremente pela arena e realizar combos em sequência, criando um ritmo que mistura ação e estratégia.
O grande charme é o Link Mode, que permite conectar personagens e liberar ataques cooperativos devastadores. Cada dupla tem sinergias únicas, e aprender a dominar essas combinações é parte do prazer de jogar.
O combate é rápido, responsivo e ainda hoje entrega uma sensação de domínio muito satisfatória (principalmente em chefes mais difíceis).
A versão Remastered mantém tudo isso, mas adiciona recursos que tornam a experiência mais acessível. Você pode desligar encontros aleatórios, economizando tempo de grind, e há melhorias na fluidez dos menus e no sistema de Grade Shop (agora desbloqueado mais cedo).
Apesar da jogabilidade manter sua essência, o controle mais responsivo e o ritmo de progressão ajustado fazem essa versão brilhar. É um RPG de ação que equilibra complexidade e fluidez, e continua sendo um dos sistemas de combate mais dinâmicos da série.






DIREÇÃO DE ARTE / TÉCNICA
Aqui, o salto é mais sutil, mas perceptível. Tales of Xillia Remastered não tenta reinventar sua estética, e sim polir o que já funcionava. Os modelos de personagem receberam retoques nas texturas e nas animações faciais, enquanto os cenários ganharam nitidez e cores mais vibrantes. As cenas de anime continuam belíssimas, agora em resolução mais alta e sem as quedas de framerate que existiam no PS3.
O destaque fica para a performance. O jogo roda de forma estável em 60 fps, e o tempo de carregamento é quase instantâneo (algo impensável na geração original). O visual ainda entrega aquele charme estilizado típico da série Tales, com ambientações coloridas e design de personagens que remetem diretamente ao traço de Mutsumi Inomata e Kosuke Fujishima.
Tecnicamente, não há grandes inovações (é um remaster e não um remake), mas a experiência geral é muito mais agradável. A presença de auto-save, menus otimizados e suporte a resoluções modernas tornam o jogo bem mais confortável para longas sessões.
O pacote inclui ainda mais de 40 DLCs do jogo original, como trajes alternativos e itens cosméticos, já desbloqueados de cara. Isso dá uma sensação de conteúdo “completo”, sem a fragmentação que marcou o lançamento original.
- Jogo disponibilizado via Bandai Namco
Tales of Xillia Remastered
Temos aqui um exemplo de como reviver um clássico sem descaracterizá-lo. Ele mantém o coração da experiência original, mas remove os atritos que poderiam afastar jogadores modernos. O enredo continua cativante, o combate permanece viciante e o pacote técnico garante uma performance sólida em todas as plataformas.
Claro, o salto visual não é revolucionário e quem já terminou o jogo mais de uma vez pode sentir falta de novidades maiores. Mas ainda assim, é uma celebração merecida de um dos RPGs mais carismáticos da era PS3. Se você nunca viveu a jornada de Jude e Milla, essa é a versão definitiva para fazê-lo.
