Tomb Raider 1-3 Remastered

Não é segredo, nem desconhecido de ninguém, quem é Lara Croft e a importância de seu jogo para a indústria. No ano de 1996, surgiu o primeiro título para PS1 e Sega Saturn. O primeiro jogo da exploradora de tumbas (quase uma tradução literal) foi um belo demonstrativo da capacidade de renderização de modelos 3D que passaríamos a ver com recorrência na 5ª geração de consoles. Logo no primeiro jogo, já tivemos uma boa narrativa das ideias centrais da história do jogo através de cutscenes pré-renderizadas. Esses curtos filmes tiravam o fôlego dos jogadores na época, um feito e tanto para a época, que rendeu bons resultados também para as demais sequências que viriam para a série.

Detalhes técnicos

Em termos técnicos, esse remaster é uma joia a ser considerada por um fator de capricho ao qual a empresa Aspyr, responsável pela remasterização, teve muito capricho e cuidado com todo o trabalho feito. Um dos pontos mais relevantes para os amantes da série, ou para aqueles que jogaram na época de lançamento dos jogos da Lara, é o fato de terem preservado a experiência real de desempenho. Veja, o jogo pode ser jogado em modo original, com os gráficos e modelos 3D idênticos aos da época, exceto pelo fato de estarem em resolução full HD contra os 480p de 1996. Porém, no modo original, podemos experimentar ou ter a nostalgia de jogar a 30 fps como no PS1/Saturn e até os controles originais em modo tank. Ou então, podemos alternar para o modo remasterizado, que conta com um grande salto de melhorias visuais e alcança os 60 fps cravados. Em termos comparativos, a remasterização não torna os jogos originais algo completamente obsoleto, mas ao mesmo tempo não deixa nada a desejar para os mais críticos, pois preserva o título e a experiência originais. Como comparativo, podemos até utilizar os modelos da Lara no jogo Tomb Raider Legends como parâmetro, o que fica muito bom visualmente.

Jogabilidade

Outro ponto no qual a Aspyr merece ser elogiada está no fato de terem atualizado a jogabilidade para os jogadores mais novos, ou mais habituados com os jogos mais modernos. Podemos alternar os controles entre o modo tank e o modo atualizado ou remasterizado – como preferir – e isso impacta diretamente na experiência de cada usuário. É um pequeno detalhe, mas que faz uma diferença enorme para o jogador. Tecnicamente, o jogo não deixa nada a desejar nesses termos. Podemos dizer que ele agrada tanto a gregos quanto a troianos. Saudosistas ou entusiastas de primeira viagem não encontrarão nesse aspecto pontos para levantar grandes objeções. Ponto positivo aqui para o trabalho da Aspyr, pois uma das maiores dificuldades com remasters atualmente na indústria é manter a nostalgia de jogadores mais antigos, sem atrapalhar a experiência de novos jogadores que nunca tiveram contato com títulos mais antigos.

Vale a pena?

A coletânea, no geral, é uma experiência completa. Para além dos jogos originais, recebemos nesse pacote também um novo complemento com nova campanha para cada um dos três jogos. Isso enriquece e muito o pacote e valoriza grandemente o fã da série. Para quem nunca jogou um título da trilogia, sem sombra de dúvidas, é uma experiência que vale totalmente a pena. Seja para conhecer como nasceu uma personagem tão icônica na indústria e como eram os jogos antigamente, esse jogo proporciona uma viagem tanto ao passado quanto ao futuro da série. Para os fãs dessa série, o veredito não pode ser diferente de uma nota que vale totalmente a pena reviver tão boas aventuras sob a pele da mais incrível exploradora de tumbas que já tivemos notícia. Em qualquer plataforma que se jogue essa coletânea, a experiência será agradável. É um remaster simples, porém caprichado ao ponto de encher os olhos e fazer com que o coração dos saudosistas se aqueça, relembrando os bons e velhos tempos de 32 bits.