Se você é jornalista, médico ou desenvolvedor…  lamento dizer, mas sua profissão poderá em breve ser substituída por uma IA

Mas, calma: pode ser uma mentirinha do ChatGPT-4 que, sabe-se agora, é capaz de faltar com a verdade para completar tarefas

A última semana trouxe uma série de novidades em relação ao ChatGPT-4. Sob certo ponto de vista, pode-se dizer que nem todas são exatamente animadoras. A primeira e provavelmente mais controversa refere-se a pesquisa realizada pelo brasileiro André Cia. Identificado na internet como especialista em marketing, influenciador digital e referência em copywriting, foi dele a iniciativa de questionar a nova versão da criação da OpenAI sobre profissões que poderiam ser substituídas pela inteligência artificial. Sua intenção era também estimar em quanto tempo isto, de fato, poderia acontecer.  

Pois bem: a relação, listada na pesquisa e publicada no Instagram de André Cia, traz um total de 80 profissões que, na estimativa do GPT-4 poderiam ser substituídas pela IA em um prazo relativamente curto. Da listagem fazem parte atividades como a de

tradutor, redator, revisor de textos, assistente virtual, analista de dados, tutor, atendente de telemarketing, suporte técnico, pesquisador, planejador de eventos, designer gráfico, social media manager, assistente jurídico, agente de viagens, recrutador, assistente financeiro, consultor de negócios, jornalista, especialista em SEO, terapeuta de chat, editor de vídeo, médico de diagnóstico, farmacêutico, bibliotecário, arquivista, operador de caixa, gerente de projetos, analista de crédito, corretor de imóveis, desenvolvedor de software, gerente de qualidade, analista de segurança da informação, especialista em marketing, avaliador de imóveis, operador de atendimento ao cliente, auxiliar administrativo, contador, fotógrafo, coordenador de logística, analista de sistemas, comprador, técnico de laboratório, planejador urbano, corretor de seguros, cientista de dados, gestor de recursos humanos, controlador de tráfego aéreo, fisioterapeuta, nutricionista, técnico em eletrônica, arquiteto de softwares, engenheiro de automação, gestor ambiental, analista financeiro, técnico em manutenção, consultor de vendas, engenheiro civil, engenheiro de produção, psicólogo, educador físico, técnico de enfermagem, especialista em relações públicas, analista de qualidade de software, coordenador de produção, engenheiro químico, engenheiro mecânico, gestor de energia, engenheiro agrônomo, engenheiro de telecomunicações, cientista ambiental, engenheiro biomédico, especialista em e-commerce, meteorologista, biólogo, engenheiro de materiais, auditor, oceanógrafo, engenheiro de petróleo, astrônomo, e, ufa, engenheiro de minas.

Algumas destas profissões, segundo análise da própria inteligência artificial, poderiam ser imediatamente substituídas pela versão turbinada do ChatGPT. Outras demandariam pequenos lapsos de tempo. Estes iriam de seis a sessenta meses.

Como notícia ruim pouca é bobagem, a IA, que literalmente tem dado o que falar, foi acusada esta semana de espalhar desinformação sobre o chatbot do Google (uma inteligência artificial concorrente), vazar dados sensíveis de assinantes e, tão grave quanto a primeira informação desta matéria, mentir para completar uma tarefa.

Esta última notícia ganhou notoriedade na sexta-feira (24) com base em extenso relatório divulgado pela própria dona do ChatGPT. Segundo informações da OpenAI, publicizadas pelo site da CNN Brasil e canais especializados, na execução de uma tarefa que exigia a resolução de um captcha (um teste de desafio cognitivo utilizado como ferramenta antispam que permite diferenciar humanos e robôs), o GPT-4 faltou descaradamente com a verdade ao acessar a plataforma “TaskRabitt” para contratar uma pessoa que pudesse realizar a tarefa.

A mentira ocorreu quando o contratado perguntou com ironia se o contratante era um robô para não poder resolver um captcha. Como não poderia revelar que era uma inteligência artificial, o ChatGPT disse que tinha deficiência visual, o que dificultava enxergar as imagens. Resumo da história: o humano, semelhante a outros (fato que a Safe Zone Games já revelou em matéria anterior sobre o GPT-4), acabou completando a tarefa para o “robô”. Parece ou não que estamos no limiar de uma nova era?

Fonte: CNN Brasil, Olhar Digital